Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em resposta ao pronunciamento feito ontem (21) pela
presidenta Dilma Rousseff, diversas entidades ligadas à categoria de médicos do
país divulgaram hoje (22) nota onde criticam a intenção do governo em trazer
médicos estrangeiros para atender a regiões carentes desses profissionais,
localizadas no interior do país.
Na carta, dirigida à população brasileira, as entidades lembram
que a presidenta foi “vítima de grave problema de saúde”, e que fez tratamentos
em “centros de excelência do país e sob a supervisão de homens e mulheres
capacitados em escolas médicas brasileiras”. E acrescenta: “O povo quer acesso
ao mesmo [tipo de tratamento] e não quer ser tratado como cidadão de segunda
categoria, tratado por médicos com formação duvidosa e em instalações
precárias”.
Durante o pronunciamento, a presidenta disse que, entre as medidas
estudadas pelo governo, está a de “trazer de imediato milhares de médicos do
exterior para ampliar o atendimento do SUS [Sistema Único de Saúde]”.
Assinada pelas associações Médica Brasileira (AMB), Nacional de
Médicos Residentes (ANMR), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela
Federação Nacional dos Médicos (Fenam), a carta diz que as entidades usarão
“todos os mecanismos possíveis para barrar a decisão, inclusive na Justiça”.
Segundo as entidades, a “importação” de médicos simboliza uma
“vergonha nacional”. De acordo com as entidades, a medida submeteria a parcela
mais vulnerável da população “à ação de pessoas cujos conhecimentos e
competências não foram devidamente comprovados”, escondendo “os reais
problemas” que afetam o Sistema Único de Saúde (SUS).
Contatado pela Agência
Brasil, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto
d'Ávila, se disse decepcionado com o anúncio feito pela presidenta. “Ela tinha
prometido, em audiência que tivemos, que não tomaria qualquer medida sem antes
conversar com as entidades, e que instituiria, antes, um GT [grupo de trabalho]
para discutir assunto”, disse o médico.
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