Delegado geral diz que 32 presos cumprem pena
em delegacias do RN.
Relatório completo do CNJ contém 46 recomendações de melhorias.
Relatório completo do CNJ contém 46 recomendações de melhorias.
Delegado de Nova Cruz denunciou presos custodiados algemados à uma barra de ferro na DP (Foto: Normando Feitosa/Delegado de Polícia em Nova Cruz) |
Do G1 RN
O governo do Rio Grande do Norte deve
retirar, imediatamente, todos os presos mantidos em delegacias de polícia do
estado e ainda interditar o Centro de Detenção Provisória da Ribeira e da
unidade de regime semiaberto do Complexo Penal João Chaves, ambos em Natal. As
recomendações são do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e tratam o assunto como
“urgente e inadiável”.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim
Barbosa, esteve no Rio Grande do Norte em maio deste ano durante o Mutirão
Carcerário realizado pelo CNJ no estado. Inspeções foram feitas em delegacias e
Centros de Detenção Provisória, os chamados CDPs. Na ocasião, ele criticou o
sistema penitenciário potiguar. “As unidades prisionais não respeitam padrões mínimos
de dignidade humana”, disse.
O delegado geral do Rio Grande do Norte, Ricardo Sérgio, admitiu
ao G1 que atualmente 32 presos
encontra-se custodiados em delegacias da Polícia Civil potiguar nas cidade de
Canguaretama e Areia Branca. Segundo ele, são 28 que cumprem pena no regime
fechado e 4 do semiaberto.
Ministro Joaquim Barbosa visitou presídio no RN (Foto: Tasso Pinheiro/TJRN) |
As recomendações de interdição são dos juízes Esmar Custódio
Vêncio Filho e Renato Magalhães Marques. Além disso, o CNJ também pede que o
Estado assegure, "imediatamente, o mínimo, que é o banho de sol e visita
familiar", além do fornecimento regular de itens de higiene pessoal,
colchões e material de limpeza.
Ainda de acordo com informações do CNJ, o relatório completo sobre
o sistema penitenciário potiguar contém 46 recomendações de melhorias. Todas,
já encaminhadas aos chefes do Poder Judiciário e do Poder Executivo do estado.
Nelas, aponta-se necessidade de ampla reforma do sistema prisional do Rio
Grande do Norte, desde a criação e reforma de unidades prisionais à
reorganização da estrutura de Execução Penal da Justiça local. Além disso,
sugere-se que a área do Complexo Penal Mário Negócio, em Mossoró, na região
Oeste, como utilizada como local para a construção de novas unidades
prisionais.
No documento, inclusive, o Conselho também demanda a elaboração de
cronograma para reforma dos presídios de Caicó e Pau dos Ferros, na região
Seridó, e das cadeias públicas de Mossoró e Caraúbas. Esta última, também no
Oeste potiguar, devendo-se “adequar ao clima local”.
Ao Poder Judiciário especificamente, o CNJ sugere adaptações
dentro da estrutura das varas criminais para fazer frente ao volume excessivo
de processos de execução penal que tramitam nas comarcas de Mossoró, Natal e
Nísia Floresta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário