Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC)
entraram em greve a partir das 16h de hoje (7). Uma assembleia de avaliação do
movimento está prevista para amanhã (8), às 13h.
Criada
em novembro de 2007, a EBC é responsável pelo funcionamento da Agência Brasil, do Portal EBC, de oito emissoras de rádio AM/FM/OM
(Nacional e MEC), daRadioagência Nacional, da TV Brasil e
da TV Brasil
Internacional. A EBC opera ainda, por contrato da
Secretaria de Comunicação da Presidência da República com a Diretoria de
Serviços, o canal de TV NBR,
o programa de rádioA Voz do Brasil, dentre outros serviços. A empresa tem
2.151 mil empregados em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e Tabatinga
(AM).
A greve foi aprovada em assembleia na última terça-feira (5). Os
funcionários da EBC rejeitaram a proposta apresentada como
a última possível pela empresa e decidiram levar à direção uma contraproposta.
A EBC, até o
momento, mantém a decisão de resolver o impasse no Tribunal Superior do
Trabalho (TST).
Pela
proposta da empresa, os salários teriam reajuste de 5,86%, referentes às perdas
da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais
ganhos reais de 1%, divididos da seguinte forma: 0,5% em 2013 e 0,5% em
novembro de 2014.
O
auxílio-creche seria reajustado em 5,95%, passando de R$ 422 para R$ 473,31. O
auxílio para pessoa com deficiência subiria de R$ 611 para 646,80. Os
trabalhadores ainda receberiam um tíquete-alimentação extra de R$ 832 em
dezembro de 2013 e outro em dezembro de 2014, corrigido pela inflação acumulada
no período.
De acordo com a empresa, caso a proposta fosse aceita, os pisos
salariais passariam de R$ 1.917 para R$ 2.039, no caso do nível médio, e de R$
3.208 para R$ 3.412, no de nível superior.
Na contraproposta, os trabalhadores pedem um reajuste salarial de
R$ 290 para cada servidor e aumento de 11% no valor do tíquete-alimentação. Os
funcionários também querem que a data-base, hoje em outubro, seja transferida
para maio.
“Estamos há dois anos sem ganho real e a empresa nos oferece um
aumento de 1% em dois anos e um tíquete-alimentação extra. Os trabalhadores e
os sindicatos apresentaram uma contraproposta, mostrando que não estão
irredutíveis, mas a direção da empresa não aceitou. Diante disso, a categoria
não vê disposição por parte da direção da EBC para tentarmos chegar ao mínimo que os
trabalhadores esperam”, disse o presidente do Sindicato dos Radialistas do
Distrito Federal, Carlos Alberto de Macedo Paes, conhecido como Carlinhos.
O
sindicalista questionou a posição do Departamento de Coordenação e Governança
de Empresas Estatais (Dest), ligado ao Ministério do Planejamento, de pedir a
retirada de dez cláusulas do acordo vigente, o que, segundo ele, significa a
perda de direitos adquiridos.
De
acordo com Carlinhos, os empregados reivindicam melhores condições de trabalho,
com mais investimentos em capacitação e em recursos técnicos. "Essa não é
apenas uma luta salarial. Todos os funcionários da EBCtêm um objetivo em comum: o sucesso e a
consolidação da comunicação pública. Para isso acontecer, é necessário termos
funcionários satisfeitos e uma estrutura adequada".
A direção da EBC garante que os funcionários não
perderão nenhum direito adquirido com a exclusão das cláusulas, pois todas
dizem respeito a demandas já garantidas por lei ou por normas internas.
“Entendemos que o que está havendo é uma mudança de local do direito até então
previsto no acordo. Tudo vai continuar existindo, tirando uma ou outra
cláusula, que pode ser reajustada”, explicou o diretor de Administração e
Finanças da EBC,
Alexandre Assumpção Ribeiro.
Segundo Assumpção, a empresa foi surpreendida pela decisão
“extrema” dos servidores, já que as negociações da data-base ainda não tinham
sido encerradas. “Havia uma proposta econômica que, a nosso ver, é muito boa e
que foi o que conseguimos, no limite, junto ao Dest, que define até onde
podemos chegar em termos de custos com as contas fechando”.
De
acordo com o diretor, a empresa vai usar de todos os meios legais para garantir
a continuidade dos serviços “essenciais à sociedade”. “Gostaríamos que cada
trabalhador refletisse bem. A empresa respeita e admite o direito de greve, mas
temos a obrigação de, respeitando os que aderirem à greve, manter o
funcionamento dos serviços”.
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