Postos terão que apresentar planilha com justificativa em 48 horas |
O Procon Estadual
realizou, na manhã de ontem, fiscalização nos postos de gasolina de Mossoró. O
motivo da investigação foi encontrar possíveis abusos de preços em relação ao
índice do último reajuste. No total, 10 postos de combustíveis foram
notificados pelo órgão por estarem comercializando a gasolina com preços
considerados abusivos.
A inspeção
realizada ontem foi dividida em duas linhas: Auto de constatação e auto de
notificação. A primeira linha investigou se os postos repassaram ao consumidor
um aumento maior que 2,5% em relação ao reajuste da gasolina aprovado na última
sexta-feira e que passou a vigorar no domingo. De acordo com Ney Lopes, os
postos em Mossoró não apresentaram aumento superior ao permitido, mesmo assim
ele afirma que a cidade tem o combustível mais caro do Estado. "Pela
localização geográfica, não era pra ser assim em Mossoró. A cidade fica mais
perto das refinarias", declara.
Segundo ele, o
aumento de 4% para gasolina e 8% para óleo diesel aprovado na semana passada
não deve ser repassado para a bomba e consequentemente ao consumidor final. O
valor deve atingir principalmente o setor de logística, as transportadoras de
petróleo.
"Como não
houve aumento de frete, nem de salário do motorista, o valor deve ser
distribuído em toda a cadeira produtiva. Se o posto passou a vender de sexta
para sábado já com o aumento, isso constitui crime contra a economia nacional.
E mesmo quem aumentou no domingo foi com estoque que já tinha sido comprado
anteriormente", explica Ney Lopes.
A segunda linha da
investigação será para analisar o preço da gasolina em Mossoró. Todos os postos
fiscalizados terão até 48h para enviar ao Procon Estadual um documento
mostrando a composição do preço do litro da gasolina. "Se o posto cobra R$
3,07 pelo litro, ele terá que descrever o porquê do valor cobrado. Caso não
apresente o documento, o estabelecimento será interditado", frisa. "É
pouco provável que eles [os donos de postos] consigam justificar esse preço.
Nós vamos aguardar as planilhas para nos pronunciarmos oficialmente",
complementa.
No entanto, ele
ressalta que o índice de aumento na gasolina nos postos em Mossoró foi bem
menor do que 2,5%, o total permitido. "O aumento ficou em 1,7%, 1,8%, não
foi expressivo. Mas ainda não está resolvido. O Procon vai investigar porque o
valor cobrado em Mossoró já é destoante de todo o resto do Estado",
afirma.
O diretor do Procon
cita que em Natal foram encontrados postos que aumentaram até 9% o valor da
gasolina.
Com isso, a
investigação sobre o preço da gasolina em Mossoró deve ser intensificada nos
próximos dias com estudos e levantamentos com base nos documentos fornecidos
pelos estabelecimentos. "Espero que os proprietários forneçam os dados espontaneamente",
ressalta.
Fonte: Gazeta do Oeste
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