As linhas de
transmissão dos parques eólicos do Mato Grande deverão ser energizadas ao longo
do mês de fevereiro. Com isso, segundo o Centro de Estratégias em Recursos Naturais
e Energia (CERNE), o Rio Grande do Norte deverá atingir a liderança em energia
eólica gerada no Brasil, com 1.163,39 MW de potência instalada, a partir de
parques conquistados nos leilões federais de 2009, 2010 e 2011.
O Rio Grande
do Norte será o primeiro estado a ultrapassa 1 gigawatt de produção de energia
eólica entre todos do Brasil.
Para o
presidente do CERNE e do Sindicato das Empresas de Energia do RN (SEERN),
Jean-Paul Prates, este é o resultado de um planejamento energético e de metas
estabelecidas há 6 anos atrás e demonstra, apesar dos recentes percalços, que o
imenso potencial do RN precisa de gestão local para se desenvolver:
"Em
2008, dissemos que o RN tinha um pré-sal de potencial eólico não aproveitado. O
Estado fez o dever de casa e conquistou o primeiro lugar em parques contratados
nos leilões federais por 3 anos consecutivos. Agora, estes parques estão
prontos e, apesar do atraso recente, a linha também. Com isso, conforme
planejado lá atrás, assumimos a liderança em geração eólica efetiva e nos
tornamos exportadores de energia de fonte renovável", explica o
especialista.
Desde o
início do ano, o RN contabilizava 14 parques eólicos (273 geradores) em
operação, com 423,15 MW de produção. O aumento nos números é resultado da
conexão, ao sistema elétrico nacional, de 27 novos parques, que começa a
acontecer no início de fevereiro. Juntos, os novos parques totalizam 740,24 MW
de energia gerada por 427 turbinas. Somando tudo, chegamos a 41 usinas eólicas
e 1.163,39 MW provenientes de 700 turbinas eólicas. Valor que supera a produção
de energia eólica de vários países.
E as boas
notícias continuam: de acordo com o diretor de energia eólica do CERNE, Milton
Pinto, o crescimento prossegue para o Rio Grande do Norte no segundo semestre
de 2014, com 12 novos parques eólicos (quase 200 turbinas no total) sendo
ativados e gerando energia de até 356,2 MW, alcançando assim uma produção de
até 1.528,59 MW - mais de 1,5 GW de energia vinda somente de fontes eólicas.
"Com
estes resultados, o RN supera com folga o atual líder no ranking eólico
nacional, o Ceará, que atualmente possui 29 parques eólicos em operação (691,04
MW sendo produzidos) e 14 parques em construção (359,10 MW), podendo alcançar
no primeiro semestre de 2014 cerca de 841 MW de geração eólica", informa o
analista. A Bahia segue na terceira posição, com 8 parques eólicos em operação,
produzindo 233,19 MW e 16 em construção (353,8 MW).
A previsão é
de que o estado baiano chegue no primeiro semestre de 2014, a cerca de 633 MW
de produção eólica. O Rio Grande do Sul aparece em seguida, com 17 parques em
operação, produzindo 489 MW e ainda 17 em construção (412,6 MW).
Jean-Paul
Prates lembra que o RN alcançou a autosuficiência energética em 2010 incluindo
as usinas térmicas. "Segundo nosso plano elaborado em 2008, o RN atingiria
a capacidade de gerar seu próprio consumo em 2010, o que aconteceu. Em seguida,
ocorreria outro degrau da sua auto-suficiência energética, agora apenas a
partir de fontes renováveis, programado para 2013.
Com o atraso
na linha de transmissão, isso acontecerá finalmente agora, em 2014. De qualquer
forma, foi como dizíamos à época, durante a gestão na Secretaria de Energia do
Estado, antes da Copa", comemora Prates.
Via: Jornal de Fato
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