No último sábado (8), o Hospital Monsenhor Walfredo
Gurgel (HMWG) completou seis meses com o corredor do setor de politrauma sem
acúmulo de macas. O esvaziamento da área, que já contou com 100 pacientes
distribuídos por toda a sua extensão, foi possível graças a um conjunto de
ações e investimentos implementados pela Secretaria Estadual da Saúde Pública
(Sesap) e pela direção do hospital.
O Secretário Estadual da Saúde Pública, Luiz
Roberto Leite Fonseca, diz que está feliz com o atual quadro apresentado pelo
hospital. “Mesmo que por uma vez ou outra, devido a um fim de semana com mais
ocorrências de acidentes, o corredor do trauma ainda fique, por pouco tempo,
com dois ou três pacientes em macas, a situação tem sido controlada”, afirma.
Iniciado em agosto do ano passado, o primeiro
mutirão de cirurgias ortopédicas conseguiu dar vazão a pacientes que há meses
esperavam por um procedimento eletivo. O resultado do trabalho, idealizado pela
Sesap, conseguiu, já na primeira semana, deixar o corredor do trauma sem
nenhuma maca. A ação foi pioneira e adotada de forma emergencial, uma vez que a
responsabilidade em prestar assistência a estes procedimentos de baixa e média
complexidade é do município de Natal, o qual, há meses, não vinha cumprindo com
seu papel de gestor. Ao todo, a Sesap chegou a realizar dois mutirões de
cirurgias, nos meses de agosto e dezembro do ano passado, quando atendeu a mais
de 700 pacientes, num investimento em torno de 1,8 milhões oriundos dos
Governos Estadual e Federal.
Já desde setembro último, a abertura da sala de
observação do trauma vem dando o suporte para que os pacientes
politraumatizados, porém, sem comprometimento de seu estado de saúde, não
precisem mais permanecer no corredor. O espaço conta com nove boxes, cortinas, um banheiro e ar condicionado. A sala
tem agradado a pacientes e acompanhantes, inclusive àqueles que conheceram a
dura realidade de quem passou dias internados em uma maca no corredor.
A acompanhante Maria da Piedade do Nascimento
está com seu pai internado há dois dias na sala de observação do trauma,
acometido por um acidente vascular cerebral (AVC). Apesar de não relembrar a
data exata, Piedade conta que esteve no corredor do trauma quando a área
permanecia constantemente cheia de pacientes. Na época, ela acompanhava seu
marido que também esteve internado no hospital. “Quando tinha esse corredor era
ruim demais. As macas ficavam batendo umas nas outras, na gente. Com essa sala
melhorou muito. Não tem nem comparação”, afirmou.
Para a diretora geral do HMWG, Maria de
Fátima Pereira Pinheiro, “tirar os pacientes do trauma do corredor foi
realmente uma vitória, mas não podemos relaxar, pois nossa demanda ainda
continua muito alta. Quando todos os serviços de saúde do RN estiverem com seus
perfis assistenciais definidos e a rede básica de Saúde puder prestar a
assistência que a população precisa, o Walfredo Gurgel não terá mais paciente
nenhum em corredor. Com isso, poderemos oferecer uma melhor assistência aos
nossos usuários”, afirmou.
O livre acesso a área de circulação também
tem agradado aos funcionários que atuam no Pronto Socorro. A enfermeira da
Classificação de Risco, Mariana Consulim, diz que “o corredor vazio assim
facilita o trânsito dos funcionários, dos pacientes que precisam realizar
exames, das equipes da nutrição”.
O Secretário da Sesap, Luiz Roberto Fonseca,
ainda destacou o empenho da Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) que,
em janeiro deste ano, conseguiu regularizar contratos essenciais para a Saúde
Pública, o que vem possibilitando a retomada dos fluxos de atendimento no
Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio Grande do Norte e efetivar a integração
entre Governo Federal, Estadual e Municipal na assistência à população.
“A assinatura do contrato regular da SMS com
o Hospital Médico Cirúrgico (HMC), por exemplo, permitiu a retomada do fluxo de
cirurgias ortopédicas, antes prejudicado por problemas no contrato da SMS com o
prestador. Essas pendências estavam causando transtornos aos pacientes que
necessitam dos procedimentos, enquanto agora, a observação do fluxo do segundo
tempo cirúrgico na ortopedia assegura celeridade e dignidade à assistência de
pacientes vítimas de trauma”, disse.
Fonte:
Defato
Nenhum comentário:
Postar um comentário