Investigação da Polícia Civil do RN na Itália (Foto: Degepol) |
A Polícia Civil do Rio Grande do
Norte realizou nesta quinta-feira (26), na Itália, a Operação “FireStone”, com
a cooperação da polícia italiana. O objetivo foi dar continuidade às
investigações do homicídio que vitimou o italiano Enzo Albanese, morto no
último dia 02 de maio, em Natal/RN e desarticular a Organização Criminosa
de Pietro Ladogana, acusado de ser o mandante do assassinato.
Desde as primeiras horas de hoje
estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, nas casas dos sócios
italianos das empresas de Ladogana, expedidos pelo Procurador da República Dr.
Andrea Vacca.
O delegado Raimundo Rolim se
encontra na Itália desde o dia 22 de junho, onde realiza diligências policiais,
entrevistas, interrogatórios e mandados de buscas, contando com a colaboração
com a Polícia Carabinieri de Budoni – Sardenha, que instaurou procedimento de
investigação criminal comandado pelo Procurador da República Dr. Andrea Vacca e
o Maresciallo Capo Gianluca Lombardi contra o italiano Pietro Ladogana, o qual
se encontra preso em Civitavecchia, distante 80km de Roma, Capital italiana.
Pietro Ladogana estava sendo
investigado pela polícia italiana e pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte e
contra ele já havia um Mandado de Prisão expedido pelo Juiz de Direito da 2ª
Vara Criminal do Distrito Judiciário da Zona Sul da Comarca do Natal/RN, Dr. Alceu
José Cicco.
O italiano Pietro Ladogana foi
preso no dia 29 de maio, no aeroporto de Fiumicino em Roma, quando tentava
embarcar para o Brasil, com € 120.000,00 (cento e vinte mil euros) que não
tinha declarado a autoridade Doganale da Itália. Ele é o principal suspeito da
morte de Enzo Albanese, italiano que residia no Brasil há mais de oito anos.
O
Delegado Geral da Polícia Civil do RN, Adson Kleper e o Secretário Estadual de
Segurança Pública, General Eliezer Girão Monteiro Filho, expediram Cartas de
Apresentação para que o Delegado Rolim realizasse diligências policiais em
estreita cooperação com a Polícia Italiana Carabinieri em Frescati, Fiumicino,
Civitavecchia, Ardea, Nettuno e Budoni na Sardenha, onde foi instaurado outro
procedimento criminal contra o italiano Pietro Ladogana.
A Organização Criminosa de Ladogana, instalada em Natal/RN, consistia na administração de dez empresas do ramo imobiliário em Natal e Extremoz, todas com sócios italianos não residentes no Brasil e estão envolvidas em diversos crimes de homicídios, tentativas de homicídios, ameaças, estelionatos, fraudes, falsificações de documentos públicos, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, dentre outros crimes que também estão sendo investigados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte.
A Organização Criminosa de Ladogana, instalada em Natal/RN, consistia na administração de dez empresas do ramo imobiliário em Natal e Extremoz, todas com sócios italianos não residentes no Brasil e estão envolvidas em diversos crimes de homicídios, tentativas de homicídios, ameaças, estelionatos, fraudes, falsificações de documentos públicos, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, dentre outros crimes que também estão sendo investigados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte.
Até agora a Polícia Civil do Rio
Grande do Norte, através da Delegacia Especializada em Homicídios (DEHOM), já
apreendeu mais de dois milhões de reais em bens móveis e semoventes, isto é, 10
veículos automotores, sendo vários automóveis de luxo e importados; uma
Fazenda, no município de Ielmo Marinho/RN (Haras Novo Mundo), com dezenas de
animais da raça “Quarto de Milha”, avaliada em mais de 1,5 Milhão, além da
quantia de € 36.100,00 (trinta e seis mil e cem euros), em espécie, com a
namorada de Pietro Ladogana, quando a mesma desembarcava na Capital potiguar,
no último dia 30 de maio, além de computadores Desktops, MacBook, Notebooks,
iPads, e, mais de 20 aparelhos celulares de diversas marcas.
A investigação descobriu também
que um consórcio de italianos mandou Pietro Ladogana e o Cabo da Polícia
Militar, Alexandre Douglas, dar um “susto” no Secretário de Tributação de
Extremoz, Giovanni Gomes de Araujo, de 53 anos, em razão da cobrança de ITIV’S
dos terrenos comprados e vendidos por Pietro Ladogana e as empresas sob sua
administração, resultando em duas tentativas de homicídio contra o referido
Secretário.
A primeira tentativa ocorreu em
Julho de 2012, na cidade de Extremoz, quando um homem “encapuzado” desceu de um
veículo Corolla, de cor prata, e, desferiu três disparos de arma de fogo nas
pernas do Secretário e se evadiu, tendo a segunda ocorrida em Agosto de 2013,
no estacionamento do Centro de Convenções em Natal, quando um homem não
identificado que estava em um Fiat/Siena, de cor prata, desferiu dois disparos
de arma de fogo contra o mesmo Secretário de Tributação, atingindo-o novamente
nas pernas e se evadiu do local. A partir de então o Secretário de Tributação
passou a sofrer ameaças de morte pelo telefone e não teve outra alternativa a
não ser pedir exoneração do cargo que exercia na Prefeitura de Extremoz.
Os inquéritos policiais
instaurados sobre as tentativas de homicídios já foram avocados pelo chefe da
Polícia Civil e farão parte da Investigação Principal, em conexão com o
homicídio que vitimou o italiano Enzo Albanese. Outros homicídios praticados
pelo grupo de Ladogana também estão sendo investigados pela Delegacia
Especializada de Homicídios (DEHOM), Força Tarefa e pela Diretoria de
Policiamento da Grande Natal (DPGRAN).
Operação
“Pedra de Fogo”
Em entrevista coletiva concedida
no dia 02 de Junho, a equipe da Delegacia de Homicídios deu detalhes sobre as
prisões dos suspeitos de envolvimento no assassinato do italiano Enzo Albanese,
realizada durante a operação batizada de “Pedra de Fogo”. No dia 30 de maio foi
presa em Natal, a ex-mulher de Pietro, Tamara Ladogana, acusada de dar apoio no
homicídio e o Policial Militar Alexandre Douglas Ferreira, acusado de ser o
executor do crime. Os suspeitos foram presos por força de mandados de prisão
temporária expedidos pela 2ª Vara Criminal de Natal. Também foram cumpridos,
naquela ocasião, doze mandados de busca e apreensão.
A motivação do crime se deu porque
a vítima teria descoberto e denunciado a fraude de uma dessas empresas
administradas por Pietro Landogana. A Empresa é a Globo Construções LTDA, que
teria adquirido a Fazenda Telha, localizada em Ielmo Marinho/RN. A propriedade
foi transferida ilegalmente para laranjas e depois para Pietro. “Enzo era
procurador de um dos sócios da empresa, fazendo a cobrança de alugueis de
imóveis. Ele descobriu o esquema fraudulento e denunciou a um dos sócios dessa
empresa cerca de um mês antes de seu assassinato.
Após
a denúncia, ele passou a receber ameaças de morte, uma delas do policial
Alexandre Douglas”, detalhou Rolim. A vítima chegou a registrar um boletim de
ocorrência e denunciou as ameaças a sócios da empresa.
A Operação “Pedra de Fogo” foi assim batizada fazendo uma alusão ao principal suspeito do crime Pietro, versão italiana do nome Pedro (que significa “Pedra”), e, “fogo” porque os suspeitos passaram a “queimar” (matar) as testemunhas que estavam delatando a organização criminosa. A ação contou com a colaboração do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO).
A Operação “Pedra de Fogo” foi assim batizada fazendo uma alusão ao principal suspeito do crime Pietro, versão italiana do nome Pedro (que significa “Pedra”), e, “fogo” porque os suspeitos passaram a “queimar” (matar) as testemunhas que estavam delatando a organização criminosa. A ação contou com a colaboração do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO).
Pietro
Landogana - Pietro Landogana trabalhava como
encanador e eletricista na Itália e veio para o Brasil como fugitivo da polícia
italiana, já que ele era investigado por vários crimes naquele país. No Rio
Grande do Norte, ele passou a trabalhar na venda e compra de imóveis, sendo
apontado como dono de empresas fraudulentas no ramo. Nesse sentido ele passou a
adquirir e fazer a lavagem de uma vasta quantia em dinheiro. Por trás dessa
quadrilha estaria atuando a uma organização criminosa italiana denominada de
Máfia Casalesi.
O
crime - Enzo Albanese foi morto em frente a sua casa, localizada na Rua
Francisco Pignataro, no bairro de Capim Macio, Zona Sul da capital potiguar, na
noite do último dia 02 de maio. Dois homens teriam se aproximado da vítima num
Corolla de cor prata e efetuado disparos de pistola calibre 380. O italiano
retornava de um supermercado, quando foi surpreendido pelos criminosos.
Fonte: Polícia
Civil
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