quinta-feira, 17 de julho de 2014

LIGA CONTRA O CÂNCER COMPLETA 65 ANOS DE ATUAÇÃO

Em 2013, a Liga registrou em suas cinco unidades mais de 824 mil procedimentos, com média mensal de 68 mil atendimentos

Aura Mazda e Fernando Domingo
repórteres

A Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, referência em tratamento da doença no Estado e na região Nordeste, comemora 65 anos de existência hoje. Fundada como uma casa de recolhimento para cancerosos em 17 de julho de 1949, atualmente, é classificada pelo Ministério da Saúde como um Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon). E este renome se deve ao trabalho de qualidade executado por mais de 1.500 funcionários diretos e 300 contratados por produção, espalhados por todas as áreas de serviços médicos. 

A instituição se divide em cinco unidades: o Centro Avançado de Oncologia (setor ambulatorial da Liga); o Hospital Dr. Luiz Antônio (retaguarda do Sistema Único de Saúde para cirurgias e tratamentos no RN); a Policlínica (atendimento para clientela mista); o Hospital de Oncologia do Seridó, em Caicó (focado na oncologia clínica); e a Casa de Apoio Irmã Gabriela.
O superintendente da Liga, Dr. Ricardo Curioso, destaca a importância do aniversário. “Consideramos esta comemoração como uma uma data de orgulho, devido a evolução na qual passamos durante estes 65 anos, principalmente na segunda metade desta vida. Hoje, temos ilhas de excelência em padrões internacionais, além de sermos um centro de ensino, pesquisa e tratamento oncológico referência na luta contra o câncer”, disse ele.   

Os trabalhos nas unidades de saúde são diários. Somente em 2013, foram registrados 824.198 procedimentos, com uma média de mais de 68 mil atendimentos por mês. E este número não para de crescer. Segundo dados atualizados, da própria Liga, este índice já subiu para 100 mil casos mensais. Um aumento de 30 mil serviços em pouco mais de seis meses.  Além disso, houve mais de 5 mil novos diagnósticos de câncer no Rio Grande do Norte apenas no ano passado.

Apesar disso, a Liga não vive um bom momento econômico. A prestação de serviços para o SUS corresponde a 60% dos recursos financeiros da instituição e a 86,46% dos atendimentos realizados. O restante fica por conta de investimentos de parceiros ou verba para equipamentos, além de doações mensais e recursos da medicina suplementar. 

Ricardo Curioso detalha custos de R$ 8 milhões por mês e dívidas orçadas em mais de R$ 28 milhões, decorrentes da necessidade de comprar novos equipamentos para as unidades de saúde. A principal dificuldade enfrentada pela Liga faz referência ao pagamentos dos serviços prestados pela instituição para o SUS. De acordo com o superintendente, não há qualquer regra ou calendário de pagamento, mesmo depois que as faturas são entregues ao Governo. 

“Vem sendo muito comum chegarmos no dia de pagarmos os funcionários e não termos os recursos, tendo de recorrer a instituições financeiras a um custo elevado de juros. Se recebêssemos em dia teríamos como saldar nossos compromissos, inclusive com o pagamento das parcelas da dívida de R$ 28 milhões, orçadas R$ 550 mil por mês”, lamentou Curioso. 

Pela dificuldade em viabilizar acordo, via SUS, os pacientes saem prejudicados. Exames como o PET Scan, modalidade de diagnóstico de câncer por imagem, não estão sendo realizados para procedimentos pelo SUS pois não há quem banque o alto custo do atendimento, orçados em R$ 3 mil. Para a rede particular, o tratamento ocorre normalmente.


Via: Tribuna do Norte

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