segunda-feira, 27 de outubro de 2014

INTERIOR TEM MORTE E BOCA DE URNA

Camburão da Polícia Técnica resgata corpo de jovem morto a tiros dentro da Escola Municipal Professora Celina Guimarães. Foto: Marcelino Neto/O Câmera



Num pleito considerado tranquilo pela Justiça Eleitoral, apesar de um homem ter sido morto dentro de uma escola onde centenas de pessoas aguardavam na fila para votar, 1,9 milhão de norte-rio-grandenses foram às urnas ontem para escolher, em segundo turno, o governador do Estado e o presidente da República. 

No interior do Estado foram registradas as prisões de três pessoas que portavam material de propaganda  eleitoral no município de Felipe Guerra, onde a diferença entre os candidatos a governador foi de pouco mais de 300 votos num colégio de 6 mil eleitores.  Os detidos foram levados para o município vizinho – Apodi – onde foram ouvidos e depois liberados.

A morte em Mossoró não teve motivações políticas, segundo esclareceu ontem o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, em entrevista no final da manhã na qual fez um balanço das ocorrências em todo o Brasil. 

A vítima, Robson Diego de Moura Soares, 19 anos, foi morto a tiros no interior da Escola Municipal Professora Celina Guimarães Viana, em Mossoró. Segundo relatos de policiais, no local da ocorrência,  a vítima não estava no local para votar, e que teria se misturado aos eleitores na fila porque vinha fugindo do assassino. 

A votação na escola ficou interrompida por duas horas até a realização da perícia e retirada do corpo. No momento do crime havia dois policiais militares e do Exército Brasileiro, a 100 metros do local de votação, conforme previsto nas normas para a Eleição. Logo após os disparos, no interior da escola, houve correria e muita gente se dirigia rumo à porta estreita, enquanto os policiais tentavam sem sucesso entrar no local. A Polícia Civil e o serviço reservado de informações da Polícia Militar realizavam investigações ontem para chegar ao assassino de Robson Diego. 

A votação foi retomada por volta das 11 horas depois que a juíza Ana Clarisse Arruda Pereira, responsável pela 34ª Zona Eleitoral reuniu-se todos os presidentes de seção e mesários e pediu que eles voltassem ao trabalho.

“Eles estavam muito abalados. Eu pedi desculpas em nome da Justiça Eleitoral e que eles dessem continuidade à votação. Duas mesárias da seção onde houve o assassinato não tiveram condições de continuar a trabalhar e tiveram que ser substituídas. Foi um verdadeiro terror. As pessoas saíram correndo, algumas se jogaram no chão, outras se esconderam atrás dos armários”, disse a juíza, segundo relato publicado na página eletrônica do jornal De Fato.

A juíza informou que o policiamento foi reforçado na escola. “A vítima já era conhecida da polícia. Infelizmente isso aconteceu dentro da escola, onde estavam vários eleitores.”

No início da tarde, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte  divulgou o seguinte comunicado: “O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN) informa à população em geral que o homicídio ocorrido em Mossoró, na manhã deste domingo, não tem nenhum vínculo político, estando descartada a hipótese de crime eleitoral. A juíza eleitoral Ana Clarisse informa que as nove seções localizadas na Escola Celina Guimarães, incluindo a 264, onde o fato ocorreu, já voltaram a funcionar normalmente.”


Fonte: Tribuna do Norte


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