Camburão da Polícia Técnica resgata corpo de jovem morto a tiros dentro da Escola Municipal Professora Celina Guimarães. Foto: Marcelino Neto/O Câmera
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Num pleito
considerado tranquilo pela Justiça Eleitoral, apesar de um homem ter sido morto
dentro de uma escola onde centenas de pessoas aguardavam na fila para votar,
1,9 milhão de norte-rio-grandenses foram às urnas ontem para escolher, em
segundo turno, o governador do Estado e o presidente da República.
No interior do Estado
foram registradas as prisões de três pessoas que portavam material de
propaganda eleitoral no município de Felipe Guerra, onde a diferença
entre os candidatos a governador foi de pouco mais de 300 votos num colégio de
6 mil eleitores. Os detidos foram levados para o município vizinho –
Apodi – onde foram ouvidos e depois liberados.
A morte em Mossoró
não teve motivações políticas, segundo esclareceu ontem o presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, em entrevista no final da
manhã na qual fez um balanço das ocorrências em todo o Brasil.
A vítima, Robson
Diego de Moura Soares, 19 anos, foi morto a tiros no interior da Escola
Municipal Professora Celina Guimarães Viana, em Mossoró. Segundo relatos de
policiais, no local da ocorrência, a vítima não estava no local para
votar, e que teria se misturado aos eleitores na fila porque vinha fugindo do
assassino.
A votação na escola
ficou interrompida por duas horas até a realização da perícia e retirada do
corpo. No momento do crime havia dois policiais militares e do Exército
Brasileiro, a 100 metros do local de votação, conforme previsto nas normas para
a Eleição. Logo após os disparos, no interior da escola, houve correria e muita
gente se dirigia rumo à porta estreita, enquanto os policiais tentavam sem
sucesso entrar no local. A Polícia Civil e o serviço reservado de informações
da Polícia Militar realizavam investigações ontem para chegar ao assassino de
Robson Diego.
A votação foi
retomada por volta das 11 horas depois que a juíza Ana Clarisse Arruda Pereira,
responsável pela 34ª Zona Eleitoral reuniu-se todos os presidentes de seção e
mesários e pediu que eles voltassem ao trabalho.
“Eles estavam muito
abalados. Eu pedi desculpas em nome da Justiça Eleitoral e que eles dessem
continuidade à votação. Duas mesárias da seção onde houve o assassinato não
tiveram condições de continuar a trabalhar e tiveram que ser substituídas. Foi
um verdadeiro terror. As pessoas saíram correndo, algumas se jogaram no chão,
outras se esconderam atrás dos armários”, disse a juíza, segundo relato
publicado na página eletrônica do jornal De Fato.
A juíza informou
que o policiamento foi reforçado na escola. “A vítima já era conhecida da
polícia. Infelizmente isso aconteceu dentro da escola, onde estavam vários
eleitores.”
No início da tarde,
o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte divulgou o seguinte
comunicado: “O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN) informa à população em
geral que o homicídio ocorrido em Mossoró, na manhã deste domingo, não tem
nenhum vínculo político, estando descartada a hipótese de crime eleitoral. A
juíza eleitoral Ana Clarisse informa que as nove seções localizadas na Escola
Celina Guimarães, incluindo a 264, onde o fato ocorreu, já voltaram a funcionar
normalmente.”
Fonte: Tribuna do
Norte
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