Nadjara Martins
Repórter da Tribuna do Norte
Repórter da Tribuna do Norte
Projetada para ser o ‘pulmão’ hídrico do Rio Grande do Norte, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, respira com dificuldades. O maior reservatório do estado alcançou, neste mês, uma das piores médias históricas de reserva de
Construída na década de 1980 no município de Itajá, a barragem tinha como foco suprir a demanda de água para o projeto de irrigação do Vale do Assú. A região é dividida em dois lotes, mas apenas um funciona e está sob responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca. Atualmente, 72% (ou 6,8 m³/segundo) da vazão da barragem é destinada à irrigação às margens do Rio Piranhas-Açú. Já a demanda de abastecimento de 34 municípios do estado é atendida por uma vazão de 1,1 m³/segundo.
Entretanto,
a ANA iniciou estudos para conter a demanda destinada à irrigação. De acordo
com o superintendente de planejamento da agência, Sérgio Ayrimoraes, um plano
estadual para gestão de bacias hidrográficas foi apresentado na última
sexta-feira (6) com o objetivo de delimitar um “marco regulatório” do uso
das águas no RN.
Informalmente, porém, há uma previsão de que, caso não chova até março, seja suspenso ou pelo menos restrito o abastecimento para irrigação, de acordo com o DNOCS, órgão que administra o perímetro irrigado do Baixo Assú. O coordenador estadual José Eduardo Alves Wanderley, afirma que, com a chegada da barragem a níveis críticos, é possível que haja novo corte na vazão.“No ano passado compramos hidrômetros, pois o principal problema não é a irrigação, mas o desperdício. Agora, como as previsões de chuva até março são muito ruins, acredito que a ANA vai tomar alguma medida se não para suspensão, mas para restrição da água”, pontua.
Informalmente, porém, há uma previsão de que, caso não chova até março, seja suspenso ou pelo menos restrito o abastecimento para irrigação, de acordo com o DNOCS, órgão que administra o perímetro irrigado do Baixo Assú. O coordenador estadual José Eduardo Alves Wanderley, afirma que, com a chegada da barragem a níveis críticos, é possível que haja novo corte na vazão.“No ano passado compramos hidrômetros, pois o principal problema não é a irrigação, mas o desperdício. Agora, como as previsões de chuva até março são muito ruins, acredito que a ANA vai tomar alguma medida se não para suspensão, mas para restrição da água”, pontua.
Baixa
é 1,3 bilhão de litros d’água por dia
Somente nos
primeiros 37 dias de 2015, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves perdeu 1,3
bilhões de litros de água por dia. Entre 31 de dezembro e 31 de janeiro, a
barragem secou em 41 bilhões de litros. Somada à ausência de chuvas no interior
do Rio Grande do Norte, a falta de controle do Estado sobre o uso dos
mananciais, bem como vazamentos no sistema de distribuição, são fatores que
contribuem com o encolhimento dos níveis de reserva.
Em dezembro, o índice diário de evaporação foi ainda maior: 1,6 bilhões de litros por dia. “A evaporação é proporcional ao tamanho do espelho d’água. A média de evaporação é de 7 milímetros por dia, em média”, afirma o professor de recursos hídricos da UFRN João Abner Guimarães. “A água em um pires evapora mais rápido do que em uma xícara, pois o volume é menor. Quanto maior a lâmina de água, maior o índice de evaporação”, compara Joana D’arc, especialista em recursos hídricos.
Plano
A barragem faz parte da bacia hidrográfica Curema-Mãe D’água, que corta os estados do RN e Paraíba. O rio, portanto, é federalizado, e a gestão da vazão dispensada pelas comportas é da Agência Nacional de Águas (ANA). Quando construída, na década de 1980, tinha como foco a perenização do Rio Piranhas-Açu para o abastecimento do perímetro irrigado do Baixo Açu, mas o canal de 9km da barragem também é responsável pela perenização do rio Pataxó e de outros afluentes.
Um dos problemas para a manutenção de um sistema complexo
como a Armando Ribeiro é a divisão de competências. Hoje, ANA, Departamento
Nacional de Obras Contra a Seca e Estado dividem a responsabilidade sobre a
distribuição das águas. Com o Estado, ficou a manutenção do Canal do Pataxó,
que faz a transposição das águas da Armando Ribeiro para o Rio Pataxó. Já o
Dnocs, com a gestão sobre o perímetro irrigado do Baixo Açu.
Entretanto, nas últimas três décadas desde a construção da barragem, nenhum dos canais do sistema passou por qualquer tipo de manutenção. Vazamentos são encontrados, segundo o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, no sistema de distribuição de água nos perímetros irrigados do Baixo-Assú. A recuperação custaria R$ 15,8 milhões.
“O recurso pedido ao Ministério da Integração não foi veio. Existem vazamentos. Claro que, de uma maneira geral, não é causa de a barragem estar no nível que está. Mas se reduzimos 40% do consumo com os hidrômetros, sem os vazamentos seriam mais 5%”, avalia José Eduardo Alves Wanderley, coordenador estadual do DNOCS.
Na última sexta-feira, a ANA apresentou ao Estado os traçados de um plano para gestão da bacia do Piranhas-Açu. Nas ações, revisão dos direitos de outorga, cadastramento de usuários, interligação de reservatórios e construção de adutoras: R$ 3,6 bilhões de investimentos necessários para RN e Paraíba. Os recursos ainda não estão garantidos. “Não temos datas ainda (para implantação). A aprovação do plano pelo Comitê de Bacias é o primeiro passo porque saberemos quais obras iniciar”, afirma Mairton França, secretário estadual de recursos hídricos.
Entretanto, nas últimas três décadas desde a construção da barragem, nenhum dos canais do sistema passou por qualquer tipo de manutenção. Vazamentos são encontrados, segundo o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, no sistema de distribuição de água nos perímetros irrigados do Baixo-Assú. A recuperação custaria R$ 15,8 milhões.
“O recurso pedido ao Ministério da Integração não foi veio. Existem vazamentos. Claro que, de uma maneira geral, não é causa de a barragem estar no nível que está. Mas se reduzimos 40% do consumo com os hidrômetros, sem os vazamentos seriam mais 5%”, avalia José Eduardo Alves Wanderley, coordenador estadual do DNOCS.
Na última sexta-feira, a ANA apresentou ao Estado os traçados de um plano para gestão da bacia do Piranhas-Açu. Nas ações, revisão dos direitos de outorga, cadastramento de usuários, interligação de reservatórios e construção de adutoras: R$ 3,6 bilhões de investimentos necessários para RN e Paraíba. Os recursos ainda não estão garantidos. “Não temos datas ainda (para implantação). A aprovação do plano pelo Comitê de Bacias é o primeiro passo porque saberemos quais obras iniciar”, afirma Mairton França, secretário estadual de recursos hídricos.
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