sexta-feira, 13 de março de 2015

JUSTIÇA DETERMINA DESOCUPAÇÃO DE 15 CASAS NO CONJUNTO WILSON ROSADO

Moradores foram surpreendidos com a decisão judicial - Cacau
Moradores do conjunto Wilson Rosado foram surpreendidos na manhã de ontem com o resultado de um processo judicial iniciado ainda em 2006, e que determinava a desocupação do terreno do conjunto, e a devolução para a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). De acordo com moradores, a decisão afetou 15 famílias que devem ser retiradas hoje do local.

O conselheiro tutelar Ítalo Mikael, que acompanha os moradores do conjunto, comenta que este processo vem se arrastando há alguns anos. Ele explica que hoje o conjunto possui 150 casas, e já deveria estar em processo de erradicação para que os moradores fossem realocados para um local em melhores condições, mas nada foi feito.

"Os moradores do Wilson Rosado vivem expostos a uma situação de risco, pois no local, especialmente na rua Celso Rego, há redes de alta-tensão próximas às casas. Em 2013, a Justiça determinou que 15 famílias desocupassem o local, e Cláudia Regina, prefeita à época, prometeu erradicar a favela e construir novas casas para todas as famílias. Mas até hoje nada saiu do papel", narra.
Ítalo explica que a Justiça já mandou cancelar os serviços de água e energia nas 15 casas, e hoje a Polícia Militar estará acompanhando um oficial de justiça que vai desapropriar os moradores. "Não entendo porque somente 15 famílias serão penalizadas, quando todas sofrem risco estando próximo à rede elétrica da Chesf", questionou o conselheiro.
O secretário municipal de Planejamento, Josivan Barbosa, comentou que já houve uma reunião ontem para discutir estratégias e pensar em como alocar as famílias que serão desocupadas das residências. Ele explicou que o terreno que abrigará o novo conjunto para os moradores do Wilson Rosado já está comprado, mas ainda não há prazo para iniciar as obras.
" O novo bairro, que vai abrigar as 150 famílias, ficará ao lado do antigo bairro, e demorou um ano para que consigamos legalizar e documentar o espaço. A Prefeitura ainda está discutindo a viabilização da construção das casas, porque precisamos atualizar o preço que será pago à construtora, que se defasou com o passar do tempo", explicou Josivan.
Morador do conjunto, Antônio Francisco de Oliveira comenta que durante a gestão de Cláudia Regina várias discussões foram feitas acerca da remoção da população do conjunto. Porém, após a entrada de Francisco José Jr., os debates foram esquecidos, e eles surpreendidos pela notícia de que terão de sair.

"Moro no conjunto há 20 anos, e esta situação já vem se arrastando. Primeiramente fomos avisados por funcionários da Chesf que teríamos de sair, depois disso um oficial de justiça veio, e o poder público não fez nada este tempo todo", comentou.


Do Jornal O Mossoroense

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