terça-feira, 21 de abril de 2015

Ciranduís – 22 anos de história


Em Janduís, interior do Rio Grande do Norte, foi construída uma história de luta, resistência e persistência, através de uma área que parece não ser muito importante e assim é tratada como opção pela elite deste país. Só parece, porque a tratamos com muita prioridade e fazemos aquilo que não está escrito na lei.

Olhando pro início, relembramos uma equipe de jovens, ao som das cantigas de Ray Lima, ao lado de Junio Santos, Professor Valdécio Fernandes Rocha, Messias Domingos, Bosco Gurgel, Benedito Jorge, Mestre Dadá, Marcos Lima, Berg Morais, Braga, Manel de Zé Fernandes, Aurino Santos, Carlos Lopes, Rômulo Gurgel e tantos outros, fizeram de Janduís uma referência nacional através da cultura.

A efervescência impulsionada pelo Movimento Escambo chamou a atenção do país em um momento de seca, criminalização, retomada da democracia e muita fome no seco sertão do Oeste Potiguar. E tudo funcionava porque tinha um Poder forte nas administrações de Dr. Salomão Gurgel e Zé Bezerra e Bastim Gurgel (Fim da década de 80 e metade da década de 90).

Em meio a tantas contradições e sonhos, nasce a Cia. Ciranduís, um grupo de meninas dançando cirandas no ano de 1989, dentro do projeto Recriança, mais tarde sendo oficializada, em 21 de abril de 1993.

O professor Josivan Rhuann ousou em deixar a Escola Aluízio Gurgel mais atraente, fundando a Cia. Cultural Ciranduís. Com isso atraiu verdadeiros guerreiros da tribo Nhanduí pra um feito inédito: resistir 22 anos.

A Cia. Ciranduís que tanta ousa, ganha prêmio, articula, sofre pressão, resiste, renova, está viva e cada vez mais forte por receber o maior apoio que é da comunidade de Janduís.

Agora, são 22 anos, tempo em que jamais sonhávamos alcançar. Chegamos, e agora vamos celebrar com a mesma maestria de ter sobrevivido num espaço onde tudo era predestinado a não dar certo. Viva a arte, viva o Escambo, viva Janduís, via a Cia. Ciranduís.

Berg Bezerra

Coordenador

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