O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, conheceram os vagões de metrô comprados dos chineses |
O
primeiro-ministro da China, Li Keqiang, comentou hoje (20) o plano de
cooperação de US$ 53 bilhões assinado com o Brasil ontem (19), incluindo 35
acordos em áreas como infraestrutura, transporte e agropecuária. De acordo com
o premiê, Pequim quer elevar o grau de relacionamento entre os países e ir além
das trocas comerciais. A intenção, anunciou, é instalar fábricas no país e
promover troca de tecnologia na área de infraestrutura e mobilidade.
“Manifestei
[ao governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão] que gostaríamos de
instalar fábricas ou bases para produção e manutenção dos futuros metrôs e
vagões [de trens] no Rio. Assim podemos promover o emprego local e treinar os
trabalhadores brasileiros”, afirmou, na exposição de equipamentos manufaturados
da China, na zona portuária.
Li
Keqiang acabava de chegar de passeio em um dos vagões chineses comprados para o
metrô. O estado comprou 100 trens, 34 composições para o metrô e sete barcas
nos últimos anos, do país asiático. “São equipamentos modernos, adquiridos a um
preço extremamente competitivo e entregues em tempo recorde”, disse o
governador, que pretende ampliar as relações, com financiamento chinês, nas
áreas de saneamento básico, internet e mobilidade.
Ao
discursar para executivos chineses e brasileiros, o premiê disse que vê oportunidades
para aumentar a capacidade produtiva entre os países. Destacou o acordo que
estudará a instalação de uma ferrovia ligando o Brasil ao Oceano Pacífico,
passando pelo Peru, e que permitirá aumento do comércio com a Ásia. “Com essa
ferrovia, a produção do Brasil vai avançar”, afirmou Li, defendendo os produtos
chineses, que terão mais facilidade para chegar ao continente.
“De
nossa parte, podemos garantir que todos nossos produtos são de boa qualidade e
atendem às exigências para proteger o meio ambiente”, declarou. Ele também
reforçou a intenção de ampliar a importação de produtos de “tradição
brasileira”, os agropecuários.
O
ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que representava a presidenta
Dilma Rousseff no evento, informou que o Brasil também tem intenções de ampliar
as relações, comprando mais dos chineses, mas também vendendo mais. A China,
atualmente, importa do Brasil matérias-primas, enquanto vende produtos
industrializados, de maior valor agregado.
“Nossas
trocas bilaterais cresceram 500% em dez anos, de US$ 12 bilhões para US$ 80
bilhões e a China é, desde 2009, o primeiro parceiro comercial do Brasil”,
mencionou Vieira. “O futuro é promissor entre os nossos países”, completou,
lembrando os 35 acordos firmados ontem e as negociações entre empresas
brasileiras como a Vale e a Petrobras com instituições chinesas.
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