As chances de nascer vivos e
continuarem vivos de bebês prematuros são mínimas quando não se tem o ambiente
adequado, os especialistas médicos e a medicação necessária, segundo destaca o
médico obstetra Manoel Nobre, que também é delegado do CRM/RN.
Era
este o cenário antes de agosto de 2014, em Mossoró, que tem quase 300 mil
habitantes é referência em partos de alto risco para outras 67 cidades do Oeste
do Rio Grande do Norte, com o Hospital da Mulher Maria Parteira e o Hospital
Maternidade Almeida Castro.
Nesta
época, Manoel Nobre relatou em audiência Pública realizada na Câmara Municipal
de Mossoró, que pelo menos 3 bebês haviam morrido na barriga das mães por não
ter onde nascer, depois que o Hospital da Mulher parou de funcionar.
Este
mesmo fato gravíssimo é relatado pelo profissional em matéria do G1. Veja AQUI.
1.929
mulheres deram à luz no Hospital Maternidade Almeida Castro nos primeiros seis
meses de 2015. Antes, esta unidade de saúde se chamava Casa de Saúde Dix Sept
Rosado.
137
bebês nasceram prematuros, ou seja, antes do tempo normal de nove meses. 58 com
baixo peso. Estes bebês precisaram e tiveram cuidados especiais, já na
estrutura instalada pela Junta Interventora com apoio da Prefeitura de Mossoró.
72
bebes passaram um tempo na Unidade de Terapia Intensiva Neo Natal (UTIN),
outros 175 passaram pela Unidade de Cuidados Intermediários (UCINco) e 182
receberam os cuidados necessários no setor de Mãe Canguru. Este setor,
que tem 18 leitos, foi totalmente reestruturado pela equipe interventora.
Nos
primeiros seis meses de 2015, o que mais teve registros de nascimento foi
março: 421 partos. O mês que menos teve nascimento foi fevereiro: 252.
O
interventor Benedito Viana explicou que no mês de março o Hospital da Mulher
teve problemas e a Maternidade Almeida Castro absorveu toda a demanda de partos
da região.
Dos
1.929 partos realizados nos primeiros seis meses de 2015, foram 1.265 cesáreos
e 657 natural. Na Maternidade Almeida Castro, os profissionais
estão empenhados em cuidar junto as mães para que o parto seja normal, pela
saúde do bebê e da mãe.
Outro
dado interessante é que mais de 40% das mulheres que tiveram seus filhos no
Hospital Maternidade Almeida Castro são de outras cidades. Em dados precisos:
em seis meses nasceram 1.041 mossoroenses e 877 de outras cidades.
Reestruturação
A Junta Interventora iniciou o
trabalho de gestão na maternidade no mês de outubro de 2014. Estava fechada.
Abriu inicialmente 30 leitos. Depois que melhorou a estrutura do Centro
Obstétrico, ampliou o número de leitos para mais de 70.
Já
conta com os serviços de setor de Gestação de Alto Risco (GAR) com seis leitos,
que está sendo ampliado e a UTI neonatal com 8 leitos.
Funciona
também um alojamento conjunto com 34 leitos, onde as mulheres ficam com seus
filhos após ter o bebê. Este setor foi restaurado e vários quartos receberam
novas camas.
Conta
também com a Unidade de Cuidados Intermediários, onde o bebê fica quando sai da
UTI e ainda precisa de cuidados médicos num local isolado.
E recentemente ampliou e
equipou a Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINca), onde o bebê fica
para ganhar peso no colo da mãe sendo acompanhada por profissionais.
A
coordenadora da Junta Interventora, Larizza Queiroz destaca que o trabalho
agora é para reformar e equipar a unidade de acolhimento na recepção e a UTI
adulto.
Outro
setor reestruturado no Hospital Maternidade Almeida Castro é o Centro
Cirúrgico, que agora tem 4 salas, sendo que uma está sendo equipada para
cirurgias ortopédicas.
Atrelado
ao Centro Cirúrgico, foi instalado leitos pós cirúrgicos e a Clínica Cirúrgica
com 32 leitos. O Hospital conta com um moderno laboratório, onde são feitos
todos exames internos.
Larizza
Queiroz espera poder trabalhar também com os Planos de Saúde e partos
particulares. A unidade está sendo preparada com cerca de 25 leitos.
A
interventora também ressaltou que o primeiro passo será recuperar totalmente a
estrutura interna, pagar as dívidas, resolver as questões trabalhistas e só
então quer trabalhar para recuperar a estrutura física externa.
Fonte:
Mossoró Hoje
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