Livres
para circular entre os pavilhões, livres para cantarolar e também livres para
fumar um baseado e fazer vídeos com um aparelho celular. Praticamente sem
nenhuma vigilância, é assim que se encontram os presos da Penitenciária
Estadual do Seridó, o Pereirão, que fica na cidade deCaicó, a pouco mais de 250 quilômetros de Natal. No
vídeo, que vem circulando por grupos de WhatsApp da região, alguns apenados
improvisam uma batucada enquanto compartilham um cigarro de maconha. Na
'rodinha', o clima é de total tranquilidade e descontração.
Diretor da unidade, o agente penitenciário
Alex Alexandre explicou ao G1 que
as imagens foram gravadas há pouco mais de 10 dias num área aberta entre os
pavilhões B e C. “Aqui são cinco pavilhões. Os pavilhões B e C são os maiores.
E foram os próprios presos que vasaram a gravação. O telefone não é propriedade
de um preso só. Pelo contrário. O aparelho acaba sendo compartilhado por vários
detentos. Dificilmente saberemos quem espalhou o vídeo, mas já identificamos
seis presos que aparecem nas imagens”, afirmou Alexandre. “Agora estamos
tentando encontrar o telefone”, acrescentou.
Ainda de acordo com o diretor, os detentos
passam o dia livres entre os pavilhões porque as grades das celas – arrancadas
durante os motins que aconteceram em março – ainda não foram colocadas de volta.
“Parte da reforma de dois pavilhões já está pronta, mas ainda falta pintura e
acabamento. Nos outros os presos não têm como ficar encarcerados. Então eles
passam o dia soltos e são recolhidos somente à noite”, disse Alexandre.
Atualmente 550 presos cumprem pena no regime fechado no Pereirão.
Na semana passada, um outro vídeo, também
gravado dentro da unidade, foi parar nas redes sociais. As
imagens mostram um preso sendo torturado. Juliano Carlos de
Medeiros foi imobilizado e amordaçado. Ele teve as pernas agarradas por vários
presos enquanto era golpeado com um bastão de ferro. O preso também é ameaçado
com uma serra, que não chega a ser utilizada.
A direção da penitenciária também tenta
identificar os detentos que aparecem na filmagem da tortura para que os
responsáveis pela violência sejam responsabilizados. A agressão, de acordo com
o diretor, aconteceu no dia 5 de junho. “Os presos envolvidos podem responder
por tortura e até tentativa de homicídio”, afirmou Alexandre.
Fonte: G1 RN
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