segunda-feira, 6 de julho de 2015

PRESOS GRAVAM VÍDEO DE 'RODINHA DE MACONHA' EM PENITENCIÁRIA DO RN

Livres para circular entre os pavilhões, livres para cantarolar e também livres para fumar um baseado e fazer vídeos com um aparelho celular. Praticamente sem nenhuma vigilância, é assim que se encontram os presos da Penitenciária Estadual do Seridó, o Pereirão, que fica na cidade deCaicó, a pouco mais de 250 quilômetros de Natal. No vídeo, que vem circulando por grupos de WhatsApp da região, alguns apenados improvisam uma batucada enquanto compartilham um cigarro de maconha. Na 'rodinha', o clima é de total tranquilidade e descontração.

Diretor da unidade, o agente penitenciário Alex Alexandre explicou ao G1 que as imagens foram gravadas há pouco mais de 10 dias num área aberta entre os pavilhões B e C. “Aqui são cinco pavilhões. Os pavilhões B e C são os maiores. E foram os próprios presos que vasaram a gravação. O telefone não é propriedade de um preso só. Pelo contrário. O aparelho acaba sendo compartilhado por vários detentos. Dificilmente saberemos quem espalhou o vídeo, mas já identificamos seis presos que aparecem nas imagens”, afirmou Alexandre. “Agora estamos tentando encontrar o telefone”, acrescentou.  

Ainda de acordo com o diretor, os detentos passam o dia livres entre os pavilhões porque as grades das celas – arrancadas durante os motins que aconteceram em março – ainda não foram colocadas de volta. “Parte da reforma de dois pavilhões já está pronta, mas ainda falta pintura e acabamento. Nos outros os presos não têm como ficar encarcerados. Então eles passam o dia soltos e são recolhidos somente à noite”, disse Alexandre. Atualmente 550 presos cumprem pena no regime fechado no Pereirão.

Na semana passada, um outro vídeo, também gravado dentro da unidade, foi parar nas redes sociais. As imagens mostram um preso sendo torturado. Juliano Carlos de Medeiros foi imobilizado e amordaçado. Ele teve as pernas agarradas por vários presos enquanto era golpeado com um bastão de ferro. O preso também é ameaçado com uma serra, que não chega a ser utilizada.

A direção da penitenciária também tenta identificar os detentos que aparecem na filmagem da tortura para que os responsáveis pela violência sejam responsabilizados. A agressão, de acordo com o diretor, aconteceu no dia 5 de junho. “Os presos envolvidos podem responder por tortura e até tentativa de homicídio”, afirmou Alexandre.

Fonte: G1 RN


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