Andreia
Verdélio - Repórter da Agência Brasil
Na
primeira sentença dada a empreiteiros, o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal
no Paraná, condenou hoje (20) seis réus envolvidos na Operação Lava Jato, que
investiga corrupção em contratos da Petrobras.
Os
ex-executivos da Camargo Corrêa Dalton dos Santos Avancini, condenado a 15 anos
de prisão, Eduardo Hermelino Leite, também a 15 anos, e o ex-conselheiro João
Ricardo Auler, a nove anos e seis meses, foram declarados culpados pelos crimes
de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e participação em organização
criminosa.
O
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi punido pelos
crimes de corrupção passiva e recebimento de vantagem indevida paga por
executivos da Camargo Correa.
A
punição de 12 anos de prisão foi imposta também por seis crimes de lavagem de
dinheiro procedente dos contratos da empreiteira com as refinarias Abreu e Lima
e Getúlio Vargas, por meio de operações simuladas com a Costa Global
Consultoria.
Avancini
e Hermelino Leite foram condenados ainda por 38 crimes de lavagem de dinheiro
de contratos das refinarias, em operações simuladas com as empresas Sanko
Sider, MO Consultoria, Empreiteira Rigidez, GDF Investimentos e Costa Global.
O
doleiro Alberto Youssef, operador dos pagamentos, foi reconhecido culpado (oito
anos de reclusão) pelo crime de corrupção passiva. Jayme Alves de Oliveira vai
pagar por 38 crimes de lavagem, saque e transporte de dinheiro, com 11 anos de
prisão.
Na
mesma sentença, o juiz Sérgio Moro inocentou Waldomiro de Oliveira pelo crime
de lavagem de dinheiro e absolveu de corrupção ativa o dirigente das empresas
Sanko, Márcio Andrade Bonilho.
Adarico
Negromonete Filho, que havia sido acusado de prestar serviços de entrega de
dinheiro a mando de Youssef, foi absolvido de pertinência a organização
criminosa e lavagem de dinheiro.
Auler,
Avancini e Hermelino Leite foram absolvidos da acusação de uso de documento
falso e Auler também foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro por
intermédio das empresas Sanko Sider.
Em
função do acordo de delação premiada, Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef,
Dalton dos Santos Avancini e Eduardo Hermelino Leite obtiveram abrandamento das
penas.
Segundo
as investigações, a empreiteira Camargo Corrêa, como outras grandes
empreiteiras brasileiras, teriam formado um cartel e fraudado licitações da
Petrobras para a contratação de grandes obras.
As
empresas manipulavam os preços apresentados nas licitações para serem
contratadas pelo maior preço possível e, para isso, contavam com a ajuda de
empregados do alto escalão da Petrobras, entre eles o ex-diretor Paulo Roberto
Costa.
Sobre
o indiciamente de ex- dirigentes, a Construtora Camargo Corrêa enviou a
seguinte nota: "A Construtora Camargo Corrêa reitera que desde que tomou
conhecimento das investigações, além de ter se colocado à disposição das
autoridades, tem empreendido esforços para identificar e sanar irregularidades,
reforçando sua governança corporativa e sistemas de controle. ”
Matéria
alterada às 16h05 para informar que, segundo a empreiteira Camargo Corrêa,
Avancini e Hermelino Leite foram afastados e não compõem mais a cúpula da
empresa. A mesma situação se aplica ao ex-presidente do Conselho de
Administração, João Ricardo Auler. Em função disso, a matéria que os tratava
como titulares foi modificada.
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