Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil |
A
Polícia Federal em Pernambuco deflagrou hoje (14) a Operação Fair Play para
investigar denúncias de superfaturamento de R$ 42,8 milhões na construção da
Arena Pernambuco, estádio construído pela empreiteira Odebrecht para a Copa do
Mundo de 2014. Foram cumpridos na manhã desta sexta-feira dez mandados de busca
e apreensão em sedes da construtora em Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São
Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Os agentes também recolheram
documentos na residência de dois sócios da empresa e na sede do Comitê Gestor
de Parceria Público-Privada Federal, em Pernambuco.
A
Odebrecht, alvo da operação Lava Jato por suspeita de participação no cartel de
empreiteiras que superfaturavam contratos da Petrobras, é suspeita de manipular
o projeto básico do edital de concorrência para a obra do estádio. Segundo a
PF, a empreiteira foi autorizada a elaborar, sem licitação, o projeto básico da
obra e omitiu infirmações, não apresentou justificativa para os custos adotados
e exigiu atestados técnicos exorbitantes e com prazo exíguo de análise para as
demais concorrentes, o que reduziu as chances de outras empresas de
participarem do certame.
Os
envolvidos na fraude responderão pelos crimes de organização criminosa voltada
à corrupção de agentes públicos e à fraude em licitações. A Polícia Federal
requisitou ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
informações relativas ao financiamento concedido à construtora.
Em
nota, a assessoria de imprensa da construtora Norberto Odebrecht disse ter
convicção da plena regularidade e legalidade do projeto. "A CNO reafirma,
a bem da transparência, que sempre esteve, assim como seus executivos, à
disposição das autoridades para prestar esclarecimentos e apresentar documentos
sempre que necessário, sendo injustificáveis as medidas adotadas nesta data.”
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