Neymar é acusado de sonegação de impostos pela Receita (Foto: AP Photo/Francisco Seco) |
O desembargador Carlos Muta, do
Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, determinou o bloqueio de R$ 188
milhões de Neymar,
acusado pela Procuradoria da Fazenda Nacional de sonegar impostos de 2011 a
2013, período em que o jogador ainda defendia o Santos e durante a
transferência para o Barcelona. A
medida preventiva, noticiada primeiramente com exclusividade na edição desta
sexta-feira do jornal "Correio Braziliense", é porque o jurista
avaliou que há riscos de dilapidação do patrimônio e lesão aos cofres públicos
pelo atleta. A assessoria de imprensa do craque vai esperar uma decisão final
da Justiça para se manifestar.
A
quantia de R$ 188 milhões é equivalente a uma multa de 150% sobre o valor
original que, segundo a Receita, o jogador sonegou, de R$ 63,5 milhões. Como
representa mais de 30% do patrimônio declarado do "grupo Neymar", de
R$ 244 milhões, foram bloqueados os bens dele, seus pais e três empresas da família:
Neymar Sport e Marketing, a N & N Consultoria Esportiva e Empresarial e a N
& N Administração de Bens Participações e Investimentos.
Na
decisão, o desembargador destaca que o jogador, único responsável pelos
rendimentos que envolvem seu trabalho, declarou ao fim de 2013 ter bens e
direitos no valor de R$ 19,6 milhões, o que seria apenas 8,05% do patrimônio do
grupo, sem qualquer bem móvel ou imóvel registrado em seu nome.
Os
ganhos do craque com o Barcelona são citados duas vezes na decisão do
desembargador, ambas pela declaração de rendimentos ter sido feita erroneamente
como ganho de suas empresas, em vez de aquisição como pessoa física. A primeira
por causa do adiantamento de 10 milhões de euros (cerca de R$ 44 milhões no
câmbio atual) feito pelo clube para Neymar como forma de garantir a
transferência ao sair do Santos. E a segunda pelo que ganha do trabalho com o
vínculo empregatício que tem com o clube catalão.
O
desembargador ainda indica que integrantes do grupo Neymar possuem
débitos tributários anteriores de mais de R$ 4,5 milhões.
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