André
Richter - Repórter da Agência Brasil
O
ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou hoje (1º), a pedido do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a abertura de dois inquéritos
para investigar na Operação Lava Jato o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Delcídio do Amaral (PT-MS), além do
deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE).
Os
pedidos de abertura de investigação foram feitos ontem (30) pela
Procuradoria-Geral da República. Com a decisão, Barbalho e Delcídio, que foi
preso na semana passada por determinação do Supremo, passam a ser investigados
na Lava Jato. Calheiros e Gomes são investigados pelo STF em outro inquérito,
aberto em março, após as primeiras denúncias do procurador-geral da República,
Rodrigo Janot.
Os
pedidos de investigação foram enviados ao Supremo em segredo de Justiça e os
detalhes não foram divulgados. Os crimes citados são corrupção e lavagem de
dinheiro. Zavascki enviou os inquéritos para a Polícia Federal, que deverá
iniciar a investigações.
Sobre
o pedido apresentado pela Procuradoria-Geral da República, o senador Renan
Calheiros disse, em nota, que reitera que as relações com empresas públicas
nunca ultrapassaram os limites institucionais. “O Senador já prestou os
esclarecimentos necessários, mas está à disposição para novas informações, se
for o caso”, diz o texto. A nota informa ainda que o presidente do Senado nunca
“autorizou, credenciou ou consentiu que seu nome fosse utilizado por
terceiros”.
Procurado
pela Agência Brasil, o senador Jader Barbalho respondeu que está fora de
Brasília e deve se pronunciar amanhã. A defesa do deputado Aníbal Gomes
informou que não teve acesso ao material entregue ao STF. Segundo o advogado do
deputado, quando o parlamentar for chamado, prestará os esclarecimentos.
A
Agência Brasil procurou também a defesa do senador Delcídio do Amaral. A
assessoria do escritório do advogado Maurício Leite disse que a defesa ainda
não teve acesso ao inquérito e que, por isso, ainda não pode se pronunciar.
Com
a abertura dos novos inquéritos, o STF passa a processar 68 investigados na
Lava Jato. Entre eles, 23 deputados federais, 14 senadores, 1 ministro de
Estado e um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Os demais não têm
foro por prerrogativa de função, mas são processados pela Corte, por ter
ligações diretas com parlamentares.
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