domingo, 4 de julho de 2010

Agricultor do Alto Oeste está marcado para morrer


Andrey Ricardo - Jornal de Fato


Mossoró - “Eu vivo até quando Deus quiser.” Essas são as palavras de um homem que sabe que está marcado para morrer. Para ele, partir desta para outra é só uma questão de tempo. Mas, até lá, ele diz ter uma única certeza: “Não vou desistir. Quero justiça.” Até seis anos atrás, Nerivaldo Araújo de Oliveira, 48 anos, era apenas um agricultor que levava uma vida pacata no campo. De lá para cá, a vida se transformou em um inferno. Hoje, ele está preso sob acusação de duplo homicídio e disposto a falar tudo o que sabe.Até o dia 22 do mês passado, “Galego”, como Nerivaldo é mais conhecido, era considerado foragido da Justiça, quando resolveu se entregar com uma única condição: quer denunciar um grande esquema criminoso que envolve roubo de cargas, animais e veículos, execuções sumárias, grupo de extermínio, corrupção de policiais civis e militares, enfim uma rede criminosa que seria comandada por um empresário de Apodi que atua nos ramos de festa de gado, agropecuária e outros. Para não atrapalhar as investigações da Polícia Federal, o DE FATO não vai divulgar os nomes denunciados.


Dois dias após se apresentar à Justiça, Galego prestou depoimento à Polícia Federal que demorou cerca de cinco horas, tudo acompanhado pelo promotor de justiça Armando Ribeiro Lúcio, que vai encaminhar as denúncias ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Estadual. A reportagem não acompanhou o depoimento dado na Delegacia da Polícia Federal de Mossoró, mas teve acesso às denúncias em uma entrevista intrigante, na qual Galego reafirma tudo o que disse à PF.


Casado, pai de duas filhas (uma com 18 e outra com 21 anos), Galego, que é natural de Brejo do Cruz (PB), já morou no Ceará e há vários anos adotou o Rio Grande do Norte como a sua “casa”. Ele chegou a morar em Janduís com os pais, mas foi em Apodi que conseguiu “crescer” e tornar-se um bem-sucedido agropecuarista. Hoje, nas contas dele, seus bens ou sua indenização, como Galego faz questão de dizer em referência ao que perdeu pela falta de justiça, estariam avaliados em torno de R$ 1 milhão, somando o que ele produziria nesse período e os bens materiais que possuía.

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