quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sessenta detentos tentam fugir do Complexo Penal João Chaves


Cerca de sessenta detentos do Complexo Penal João Chaves, na Zona Norte de Natal, tentaram escapar do local na noite desta terça-feira, 10. A tentativa foi abortada por agentes penitenciários que perceberam a movimentação. Três celas já estavam com as grades serradas e um túnel foi cavado para dar liberdade aos presos. As fugas tornaram-se recorrentes e os detentos avisam que não pretendem parar.

De acordo com informações do sargento PM Sérgio Mello, componente da guarda externa do Complexo Penal, a ocorrência teve início por volta das 22h. Os agentes penitenciários visualizaram dois detentos nos corredores do Pavilhão B e dispararam para alertá-los. Os presos imediatamente abortaram a ação e retornaram à cela conduzidos pelos agentes.

As celas 6, 7, 8 e 10 já estavam com as grades serradas e em um delas os combogós foram quebrados. Estima-se que 60 presos estavam nesses locais e foram redistribuídos para o outro pavilhão e para as demais celas. O túnel estava na cela 10 e a areia retirada era colocada em uma das camas, encoberta por lençóis.

As estruturas do Complexo Penal, originalmente destinado a presos de regime semi-aberto, já deram diversos sinais das suas deficiências e da incapacidade de manter detentos de regime fechado sob reclusão. Somente nesta última semana, dois detentos escaparam e outra fuga foi abortada. Em pouco mais de um mês, trinta e seis pessoas conseguiram a liberdade de unidades prisionais do Estado.

Há menos de um mês, oito escaparam do presídio provisório Raimundo Nonato, vizinho ao Complexo João Chaves. Eles fizeram um buraco no teto e escaparam com auxílio de uma corda artesanal. Dentre os fugitivos estava um suspeito de envolvimento com a explosão de caixas eletrônicos, que retornou à sociedade.

Nesta quarta-feira, 11, a reportagem conversou com os presos do João Chaves e ouviu reclamações. Eles avisaram que as tentativas irão continuar e protestaram pela revisão de processos judiciais. “Para muitos aqui, já passou o tempo de ir para a rua e eles simplesmente fazem a gente permanecer trancado”, disse Lenilson Silva dos Santos, que responde por assalto à mão armada.

“Eles vão ter que abortar nossas tentativas todos os dias”, continua Lenilson. Os apenados também fazem reclamações relativas à qualidade da comida distribuída. O diretor do complexo, coronel Clodoaldo Carneiro de Sousa, não estava presente quando a reportagem visitou a unidade e não houve resposta oficial aos problemas apontados.
Fonte: Tribuna do Norte

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