Da
Agência Brasil
Brasília
- A presidenta Dilma Rousseff criticou hoje (28) os que têm preconceito contra
a presença dos médicos cubanos no Brasil. Em entrevista a rádios de Minas
Gerais, ela ressaltou que há também médicos de outros países, além de Cuba. A
presidenta reiterou que os estrangeiros estão no Brasil para desempenhar o
trabalho que os médicos brasileiros não querem fazer.
"É
um imenso preconceito sendo externado contra os cubanos. É importante dizer que
os médicos estrangeiros, não só cubanos, vêm ao Brasil para trabalhar onde
médicos brasileiros formados aqui não querem trabalhar”, disse ela.
Ontem
(27), a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) solicitou à Procuradoria-Geral
do Trabalho investigação da relação de trabalho dos profissionais que atuarão
pelo Mais Médicos. A entidade alega que o fato de os médicos não revalidarem os
diplomas vai causar restrição de locomoção, o que, segundo a entidade, é uma
das características do trabalho escravo.
Pelas
regras do governo, todos os profissionais do Mais Médicos receberão uma “bolsa
formação” pelo serviço nas regiões carentes. Não haverá contrato de trabalho. O
Ministério da Saúde é favorável à concessão de pagamento por intermédio de
bolsa porque os médicos farão uma especialização na atenção básica ao longo dos
três anos de atuação no programa.
No
caso dos médicos cubanos, eles atuarão no Brasil em regime diferente dos que se
inscreveram individualmente no Mais Médicos. O Ministério da Saúde brasileiro
firmou acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para que a
entidade internacional buscasse parcerias para a vinda de médicos para o país.
Pelo acordo, a Opas fez acordo com Cuba, prevendo inicialmente a vinda de 4 mil
médicos cubanos. Os primeiros 400 profissionais desse acordo a chegarem no país
vão atuar em parte das 701 cidades que não receberam inscrições individuais de
médicos.
No
acordo, os repasses financeiros serão feitos do Ministério da Saúde para a
Opas. A entidade repassará as quantias ao governo cubando, que pagará os
médicos. Inicialmente nem a Opas nem o Ministério da Saúde souberam especificar
quanto dos R$ 10 mil pagos por médico será repassado para os profissionais,
porém, o secretário adjunto de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do
Ministério da Saúde, Fernando Menezes, disse depois que a remuneração ficaria
entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil.
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