Docentes e técnicos cobram melhorias para a Universidade |
Desde
o dia 25 de maio, data em que teve início a paralisação de docentes, técnicos e
estudantes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), passaram-se
108 dias que garantiram à Universidade o maior tempo de paralisação em sua
história, um recorde que nenhuma instituição de ensino gostaria de carregar.
Para
o presidente da Associação dos Docentes da Uern (Aduern), Valdomiro Morais, a
morosidade do governo em resolver este impasse é condenável. De acordo com ele,
é muito triste ver mais um recorde negativo imposto à Universidade e saber que
foi a falta de compromisso do Executivo que materializou esta triste situação.
"Absurdo
é a palavra que eu utilizaria para descrever uma greve que chega a 108 dias sem
nenhum sinalização de término. O governador Robinson Faria deixa claro a toda
sociedade potiguar a sua falta de empenho e compromisso em resolver este
impasse. É preciso lembrar que em 2014, quando tentava se eleger governador,
ele garantiu que cumpriria o acordo firmado, o que até agora não aconteceu",
disse Valdomiro.
O
docente relembra que no ano passado foram realizadas uma série de reuniões que
garantiram o acordo com os servidores da Uern e impediriam novas paralisações
na instituição. Ele destaca que a greve poderia ter sido evitada se o novo
governo estivesse disposto a dialogar sobre o conjunto de pautas de docentes,
técnicos e estudantes.
"Em
nossa pauta, buscamos o cumprimento do Plano de Cargos e Salários, o que
implica em um realinhamento de 12,035%, além disso reivindicamos a realização
imediata de concurso público e de uma série de melhorias estruturais nos campi
da Uern. Os técnicos também têm reivindicações que tocam à categoria. E os
estudantes lutam por avanços como reforma e construção de residências
universitárias e restaurantes nos campi", destacou o docente.
A
última paralisação na Uern que conferiu números semelhantes aos desta greve
aconteceu durante o Governo de Rosalba Ciarlini, ainda em 2011, quando foram
necessários 106 dias para que um acordo fosse firmado entre as partes. O mesmo
acordo viria a ser descumprido no ano seguinte, causando uma nova paralisação.
O
presidente da Aduern à época, Flaubert Torquato, relembrou que durante a última
grande paralisação a estratégia utilizada pelo Governo Rosalba foi de
enfrentamento direto, diferentemente do atual momento, marcado pela passividade
do governador Robinson, que, segundo ele, tenta vencer os servidores pelo
cansaço.
"No
decorrer dessas paralisações a Aduern e a própria Uern foram alvos de uma
campanha de descrédito promovida pelo Governo do Estado na época, que insultou
e difamou a Universidade, apontando para seu alto custo, tentando destruir a
imagem da instituição e junto a da Aduern. Até então, nunca antes na história
deste Estado algum governante chegou a tanto. Mas, felizmente, não obtiveram
êxito" lembrou Flaubert.
Servidores realizam twitaço "descomemorando" recorde
A
comunidade acadêmica da Uern realizou ontem um
twitaço"descomemorando" o recorde de dias de paralisação na
Universidade. A atividade movimentou as redes sociais que por vários momentos
teve a tag #EmdefesadaUern entre os assuntos mais citados do Twitter em todo o
Brasil.
Para
os docentes, o objetivo de chamar a atenção da sociedade para o descompromisso
do Governo do Estado com a Uern foi cumprido com êxito, já que o protesto foi
visto por milhares de pessoas em todo o país e esteve entre os principais
assuntos na internet.
Amanhã
os docentes realizam mais um ato público, desta vez na sede da Governadoria, em
Natal. Posteriormente ao protesto será realizada uma reunião com o consultor do
Estado, o secretário de Planejamento, Gustavo Nogueira, o promotor da Educação,
Raimundo Caio, o deputado Souza (PHS) que tem ajudado na mediação do impasse, e
o reitor da Universidade. O encontro com os segmentos da Uern terá como
objetivo buscar soluções imediatas para a paralisação.
GREVE DA UERN DETALHADA
Iniciada
no dia 25 de Maio
Pautas:
Os docentes reivindicam um realinhamento salarial de 12, 053% que garantirá a
implementação do Plano de Cargos e Salários (PCR) da categoria, além da
realização imediata de concurso público e de uma série de melhorias estruturais
nos campi da Universidade.
Técnicos
- Além do reajuste de 12,035%, buscam redução de jornada de trabalho sem perda
da insalubridade.
Estudantes
- Construção de Restaurante Universitário em todos os campi, Residência
Universitária, conclusão das obras em Natal e Caicó entre outros.
A UERN POSSUI:
256
professores substitutos
- 760 professores efetivos
- 94% alocados no interior
- 15,3 mil estudantes matriculados na graduação e pós-graduação
- 6 campi Mossoró, Assu, Natal, Pau dos Ferros, Caicó, Patu
- 11 núcleos desativados: João Câmara, Touros, Nova Cruz, Santa Cruz, Areia
Branca, Macau, Apodi, Umarizal, Caraúbas, São Miguel e Alexandria
Cursos
- 35 cursos de graduação
- 15 mestrados
- 2 doutorados
Fonte:
Jornal o Mossoroense
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