Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff fez hoje (12) um balanço
dos cinco pactos lançados após as manifestações ocorridas em várias cidades do
país. Para a presidenta, “o copo está meio cheio, com viés de alta”. Dilma está
em Porto Alegre, onde anunciou investimentos em mobilidade
urbana. Melhorias na área são o objetivo de um dos pactos anunciados pelo
governo em julho, que também incluem saúde, educação, reforma
política e estabilidade econômica.
“É importante o fato de que o Brasil é um dos únicos países em que
manifestações não foram demonizadas e colocadas como um inimigo público número
1. Temos escutado e entendido as vozes das ruas e temos avançado. Para nós, há
um resultado importante desse processo de pactuação”, disse Dilma.
Em relação à mobilidade, a presidenta lembrou a falta de
investimentos nas últimas décadas. “Os pactos representam, mais do que tudo,
uma direção. No caso especifico da mobilidade, é o reconhecimento de que nosso
país, há 30, 40 anos, não investia em mobilidade de forma adequada, necessária
e sistemática.” Ela enfatizou a importância dos investimentos em metrôs como a
forma mais eficiente de transporte nos grandes centros. Essa modalidade,
segundo a presidenta, foi improvisada na maioria das cidades.
Outro ponto citado por Dilma como um avanço decorrente das
manifestações que ocorreram foi a aprovação, em agosto, do projeto de lei que destina os royalties oriundos
da exploração do petróleo à educação e à saúde. “Foi uma grande conquista
assegurada por esse momento político. Por duas vezes, mandei para o Congresso a
destinação dos royalties e não consegui aprovar”, lembrou.
Sobre a saúde, a presidenta agradeceu a aprovação da Medida Provisória (MP) do
Programa Mais Médicospela Câmara, que agora vai à apreciação do
Senado. “Agradeço ao Congresso a aprovação da MP, mesmo que não concordemos com
tudo, mas com o básico. Queremos que esse processo de entrada dos médicos se
acelere e se faça para beneficiar a população que não tem acesso [aos serviços
de saúde]", disse.
Em relação à reforma política, a presidenta destacou que a medida
depende do Congresso e que é de interesse do país que sejam feitas mudanças no
sentido de haver mais transparência. Dilma lembrou as comemorações dos 25 anos da Constituição
Federal e disse
que, agora, o Brasil é uma democracia experiente que precisa de
"ajustamento".
Sobre a estabilidade econômica, a presidenta disse que a inflação
está sob controle e que o Brasil tem uma baixa relação entre a dívida e o
Produto Interno Bruto (PIB) se comparado a outros países. “Em agosto, [a
relação dívida/PIB] estava em 33,4%, uma das menores do mundo. O endividamento
é bastante baixo”, informou, citando também a taxa de desemprego verificada no
país, cerca de 5,3%, que, segundo ela, é uma “situação confortável”.
No evento do qual Dilma participou na capital gaúcha, também
estavam presentes os ministros do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; da
Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário; e da Secretaria de
Comunicação Social, Helena Chagas; o governador do estado, Tarso Genro; o
presidente da Assembleia Legislativa, Pedro Westphalen (PP); entre outras
autoridades.
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