Identificar
causas, dimensionar efeitos e propor alternativas de enfrentamento para o
problema do desemprego no setor petrolífero do Rio Grande do Norte. Estes são
os principais objetivos da Audiência Pública que a Câmara Municipal de Mossoró
promoverá, nesta sexta-feira (12), a partir das 15 horas.
A iniciativa, que teve o SINDIPETRO-RN
como um dos principais articuladores, conta com o apoio de várias entidades
sindicais e populares, e vem despertando crescente interesse de empresários e
lideranças políticas, preocupados com os desdobramentos da crise na economia
local.
Na região, o crescimento do desemprego
vem sendo percebido desde 2012. No Sindicato dos Petroleiros, entre janeiro/12
e março/13, foram homologadas 1.123 demissões de trabalhadores e trabalhadoras
de empresas contratadas da Petrobrás. Na construção civil, entre outubro/12 e
fevereiro/13, o sindicato da categoria estima terem sido 1.500. Já, no setor de
transporte rodoviário, segundo informa o SINTROM, foram 256 demissões de
trabalhadores terceirizados nos últimos 13 meses, sendo que, em 12 empresas
abrangidas pela entidade há trabalhadores sob Aviso-Prévio.
Retração
Para o SINDIPETRO-RN, a principal causa
do aumento do desemprego é a retração de investimentos da Petrobrás. Segundo
informações relatadas por diretores da entidade, vários empresários têm se
queixado de que a Companhia está tentando impor rebaixamento de valores como
condição para a renovação de contratos. O resultado é a tentativa de manter a
prestação de serviços com custos menores, o que tem levado à diminuição de
vagas e à precarização das condições de trabalho, ou, simplesmente, a
desistência da empresa de estender o contrato.
Para o coordenador geral do
SINDIPETRO-RN, José Araújo, a diminuição do volume de investimentos da
Petrobrás no RN atende a um modelo de gestão que interessa principalmente aos
grandes acionistas privados. E, no entendimento do coordenador, dois programas
da Companhia revelam essa lógica, característica da gestão Graça Foster: o
PROCOP e o PROEF. Conforme explica o blog “Fatos e Dados”, editado pela
Petrobrás, o Programa de Otimização de Custos Operacionais (PROCOP) tem por
objetivo reduzir custos na ordem de R$ 32 bilhões, no período de 2013 a 2016.
Já, o Programa de Aumento da Eficiência
Operacional (PROEF) busca elevar o índice de eficiência da UO-Rio para 95%.
Para tanto, o Programa incentiva técnicos e engenheiros de outras áreas a se
transferirem para a Bacia de Campos (RJ). No RN, a estagnação das atividades da
Petrobrás e a concessão de estímulos fizeram com que 204 profissionais se
inscrevessem no Programa. Em todo o País, segundo José Araújo, foram 1.056
profissionais. Caso o número venha a se confirmar, o RN deverá ser o Estado com
maior contingente de mão de obra própria deslocado para áreas do Pré-sal.
Crise
Os efeitos da retração de investimentos
e da diminuição da atividade produtiva da Petrobrás no RN levaram à criação do
Fórum da Cadeia Produtiva do Petróleo. A articulação reúne empresários e
representantes de entidades e instituições como o Banco do Nordeste, Sebrae,
Redepetro, Senai e Sindicatos, mas o tema já não tem interesse restrito. A
“crise”, como o fenômeno já vem sendo descrito pela mídia local, afeta diversos
segmentos econômicos e preocupa toda a região oeste do Estado, que aguarda
ansiosamente por um pronunciamento da Petrobrás.
Fonte:
Sindipetro
Nenhum comentário:
Postar um comentário