Thais Araujo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília -
Três em cada dez brasileiros que vivem em cidades com mais de 15 mil habitantes
dizem ter sofrido ao longo da vida algum dos 12 tipos de crimes ou ofensas
contemplados na Pesquisa Nacional de Vitimização, divulgada hoje (5) pelo
Ministério da Justiça. Além disso, dois em cada dez foram vítimas desses casos
pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores ao levantamento. Agressões e ameaças
são os mais comuns, com 14,3% dos entrevistados tendo sofrido situações do tipo
nesse período. Em seguida, aparecem relatos de discriminação (10,7%), furtos de
objetos (9,8%) e fraudes (9,2%).
Além desses
itens, também compõem o levantamento, feito pela primeira vez no Brasil, em
parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud),
acidentes de trânsito (4,2%), roubo de objeto (3,6%), furto de carro (1,0%),
ofensa sexual (0,8%), furto de moto (0,4%), roubo de carro (0,4%), roubo de
moto (0,2%) e sequestro relâmpago (0,1%). Ao todo, foram entrevistadas 78 mil
pessoas, em 346 municípios, no período de junho de 2010 a maio de 2011 e de
junho de 2012 a outubro de 2012.
A pesquisa
destaca que a maior parte das ocorrências relatadas se dá dentro da casa da
vítima (38,3%) ou em locais próximos, como a rua onde mora (33,3%), seu bairro
(14,9%) ou na garagem de sua residência (11,1%). Em geral, os casos mais comuns
no ambiente doméstico são furto de objetos (53,9%), agressões (34,2%) e ofensas
sexuais (21,7%). Furto e roubo de automóveis são mais frequentes na rua onde
vivem (40,7% e 31,5%, respectivamente). O local de trabalho está mais associado
à discriminação (20,5%), à agressão (15,3%) e ao furto de objeto (12,6%). Na
maioria dos casos relatados, considerando todos os crimes e ofensas, não há uso
de nenhum tipo de arma (72,5%) nem ferimentos (81,6%).
O levantamento
traz um recorte específico para os casos de agressão, ofensa sexual e
discriminação e revela que, na maioria das vezes, o autor da ofensa era
conhecido da vítima, mesmo que de vista. O tipo de ofensa em que isso menos
ocorre é na sexual, onde pouco menos da metade dos agressores (49,3%) é um
desconhecido. Entre os que sofreram discriminação, destacam-se como agressores
pessoas que a vítima conhece de vista (17%), mas também amigos com quem convive
no dia a dia (11,1%). Nos casos de agressão e ameaça, os acusados, além de
serem conhecidos de vista pela vítima (11,9%), também são, em boa parte, seus
vizinhos (10,7%).
A análise
regional aponta que o Norte (30,5%) tem a mais elevada taxa de vitimização do
país, considerando os 12 meses anteriores à pesquisa. Amapá (46%) e Pará
(35,5%) são os estados com os índices mais altos. Por outro lado, o Sul tem o
mais baixo (17,2%), sendo Santa Catarina (17%), o Rio Grande do Sul (17,2%) e o
Paraná (17,4%) os estados com menores taxas de vitimização nos 12 meses
anteriores ao levantamento.
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