terça-feira, 3 de dezembro de 2013

VERANISTAS CONTRATAM SEGURANÇA

Muriú é uma das praias em que veranistas se mobilizaram para ter segurança privada. Alto custo nivela serviço para mais ricos
Vinícius Menna
repórter

Tendo em vista os casos de violência que ocorrem ano após ano no litoral potiguar, 40 pessoas que possuem casas nas praias de Muriú, Jacumã e Porto-Mirim decidiram se unir para garantir a própria segurança. Com um  investimento mensal estimado em R$ 2 mil para cada casa, totalizando R$ 80 mil, o serviço deverá envolver a instalação de câmeras nas ruas e de botão de pânico nas residências, além da presença de seguranças armados. 

A Polícia Militar promete reforçar o policiamento ostensivo no período, tanto no litoral norte quanto no sul, para atender ao cidadão de todas as classes. De acordo com o comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo Silva, o planejamento da Operação Verão deverá começar após o Carnatal. “Ainda não temos nada planejado. Vamos fazer o Carnatal e depois passaremos a trabalhar nesse planejamento. Em meados de dezembro devemos estar prontos para dar início a Operação Verão”, explicou.

Preocupado com a segurança e descrente do trabalho da Polícia Militar, o empresário Mário Barreto não só optou pela contratação de uma empresa de segurança privada como decidiu conclamar outros veranistas que possuem residências próximas da sua, via redes sociais, para adotar uma providência: dividir os custos para viabilizar uma estratégia coletiva de prevenção privada à violência. 

“O Governo não vai fazer nada, não adianta ficar esperando. Essas casas, quando chega no dia 31 de janeiro, são fechadas porque as pessoas tem total insegurança. Não usam as casas porque tem medo. É um patrimônio que fica 11 meses parado. As pessoas acabam vendendo as casas, deixando de veranear, exatamente por medo de assalto. A gente não quer nada do Governo, só queremos que ele não atrapalhe, que não venha dizer que não pode”, disse Mário Barreto.

O empresário defende que as Prefeituras dos municípios do litoral se envolvam na proposta como forma de aumentar a ocupação da cidade, movimentando a economia local. “A praia ficando abandonada gera desconforto. É como um restaurante: se está vazio, as pessoas não entram. Com a garantia de segurança, seria possível vender mais nos mercadinhos, os peixeiros venderiam mais, aumentaria a venda de combustível, o turismo seria incentivado, tudo isso com cliente internos”, argumentou. 

Segundo Mário Barreto, a intenção dos veranistas é adotar medidas semelhantes às que já foram tomadas em lugares como Angra dos Reis e Búzios, com a instalação de câmeras, centrais de monitoramento e botões de pânico para acionamento de equipes armadas. Duas empresas já estão trabalhando em planos de segurança e mantém negociação com o grupo. 

“Essas empresas são credenciadas para esse tipo de serviço junto a Polícia Federal. Elas já estão planejando os locais para as câmeras e outros detalhes. Vamos monitorar toda uma área”, adiantou o empresário, sem informar quais empresas estariam em negociação com o grupo. 

A ideia é que o serviço tenha início entre 15 e 30 de dezembro, prosseguindo após o veraneio. 
O coronel Araújo esclarece que serviços de segurança privada se restringem a locais fechados, ficando reservado à Segurança Pública as atividades de policiamento ostensivo. “Não é permitido patrulhamento armado. É competência exclusiva da PM. Essas empresas de segurança são fiscalizadas pela Polícia Federal, que é quem dá autorização e quem faz a fiscalização”, informou.

Por outro lado, explica o comendante da PM, as câmeras são permitidas e se constituem como ferramentas importantes que auxiliar a Segurança Pública.


Fonte: Jornal Tribuna do Norte

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