Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil
O suíço Joseph Blatter, de 79 anos, foi reeleito hoje (29),
para seu quinto mandato à frente da principal entidade do futebol mundial, a
Federação Internacional de Futebol (Fifa). Nem mesmo as recentes denúncias de
corrupção envolvendo alguns dos principais dirigentes da federação foram
capazes de alterar os rumos da eleição. A votação foi para o segundo turno, mas
o concorrente o príncipe jordaniano Ali bin Al Hussein, 39 anos, desistiu da
candidatura.
Na primeira rodada, Blatter obteve 133 votos e Al Hussein
conseguiu 73. Por 6 votos a menos do que o mínimo necessário para vencer a
eleição em um única rodada, o suíço Joseph Blatter, 79 anos, teria que disputar
um segundo turno com o príncipe jordaniano, que acabou desistindo. Um segundo
turno não ocorria desde 1974. "Tomo a responsabilidade de voltar a botar a
Fifa no caminho", disse Blatter, após ser reeleito. "Precisamos de
maior representatividade das federações, de mulheres, precisamos que suas vozes
repercutam na Fifa", acrescentou.
Fizeram falta ao suíço os votos de algumas das federações que
retiraram o apoio a Blatter depois que as autoridades dos Estados Unidos e da
Suíça deflagraram, na quarta-feira (27), uma megaoperação intercontinental para
prender oito dirigentes esportivos ligados à Fifa. Embora Blatter não esteja
entre os investigados e afirme ser inocente, as suspeitas afetaram sua gestão.
Ele está à frente da entidade desde 1998 e garantiu seu quinto mandato.
Na manhã da última quarta-feira (27), policiais suíços
prenderam, em Zurique, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol
(CBF) José Maria Marin, e mais seis dirigentes esportivos: Jeffrey Webb,
Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel. No
final da tarde do mesmo dia, o ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner
entregou-se às autoridades de Trinidad e Tobago, na América Central. Warner foi
liberado após pagar fiança de US$ 400 mil.
Nove dirigentes da Fifa e cinco empresários esportivos de
várias nacionalidades – entre eles os sete já presos - foram denunciados à
Justiça norte-americana, suspeitos de cobrar propinas ao negociar contratos de
direitos de transmissão de jogos organizados pela Fifa ou por entidades a ela
associadas. As autoridades norte-americanas também investigam indícios de
fraude na escolha dos países-sede das duas próximas copas do Mundo (Rússia,
2018, e Catar, 2022). Segundo a Promotoria de Justiça de Nova York e o FBI
(Polícia Federal dos Estados Unidos), o esquema pode ter movimentado mais de
US$ 150 milhões em mais de duas décadas.
Duzentos e nove delegações tinham direito a voto na escolha
do presidente da federação. Devido ao retorno repentino do presidente da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, ao Brasil, o
país foi representado pelo presidente da Federação de Futebol do Ceará, Mauro
Carmélio.
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