quinta-feira, 25 de junho de 2015

RN PODERÁ DISPOR DE SOFTWARE PARA INFORMATIZAR A EXECUÇÃO PENAL EM ÂMBITO ESTADUAL


A utilização de um software para auxiliar o acompanhamento da execução penal no âmbito do Rio Grande do Norte foi tema de uma reunião na manhã desta terça-feira (23) na sede do Tribunal de Justiça potiguar. A ferramenta é alimentada com os dados de execução da pena, como dados de prisão, e irá calcular, automaticamente, os prazos para progressão da pena, comutação ou indulto, avisando ao magistrado, promotor ou defensor público sobre a marca, para evitar que o preso seja prejudicado em relação ao tempo do benefício.

Participaram da reunião o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Claudio Santos, o juiz da 14ª Vara Federal, Francisco Eduardo Guimarães; juiz Henrique Baltazar, da Vara de Execução Penal de Natal; a procuradora da República, Cibele Benevides Guedes Fonseca, do Conselho Penitenciário e Administrativo Federal; Edilson França, secretário estadual de Justiça e Cidadania; o defensor público e membro do Conselho Penitenciário, Manuel Sabino Pontes; Guiomar Veras, servidora do TJ e integrante do Conselho Penitenciário; Jadsson Marques de Souza, representante da Secretaria de Segurança Pública; e os juízes auxiliares da Presidência do TJ Seráphico Nóbrega e Ticiana Nobre.

De acordo com o defensor público Manuel Sabino Pontes, isto vai evitar casos em que o condenado só vem a ter seu direito a algum benefício efetivado até um ano depois do devido, dependendo da vara ou de alguma determinada situação, ou casos em que pessoas cumpram pena além do tempo devido. A função desse sistema é avisar automaticamente sobre esses benefícios.

Da reunião, ficou deliberado que irá se procurar em outros estados da federação, onde esse software esteja em funcionamento e em caso negativo, desenvolver um semelhante aqui no Estado. A implantação do software atende à determinação da Lei Federal nº 12.714/2012, que deu um prazo de um ano para que todos os estados informatizem a execução penal.

Iniciativa nacional

Outro ponto tratado foi sobre a audiência de custódia, quando foi entregue uma nota técnica do Conselho Penitenciário, da Associação dos Defensores Públicos do Estado do Rio Grande do Norte, do Conselho Estadual dos Direitos Humanos e da Cidadania, da Pastoral Carcerária, favorável à instalação da audiência de custódia, que hoje está em discussão em todo o país.

A audiência de custódia visa estabelecer uma audiência imediata ou o mais breve possível sempre que alguém for preso, que deverá ser levado imediatamente a um juiz para se decidir pela manutenção ao não da prisão dele. Estimas-se que aproximadamente 50% das pessoas presas preventivamente no Brasil poderiam estar soltas.

Porém, segundo o defensor público, faltam documentos ou segurança ao julgador para soltar e essa audiência prévia, onde foi instalada (São Paulo, Bahia e Espírito Santo), aumentou em 40% o número de liberdades concedidas, de quem deve ser liberado, o que acaba contribuindo para desafogar o sistema penitenciário. Ou seja, o efeito prático é evitar casos pontuais de injustiça poderiam ser cometidos.


Fonte: TJRN

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