Segundo a PF, os envolvidos fraudavam importações e superfaturavam os produtos brasileirosMarcelo Camargo/Agência Brasil |
Marli
Moreira - Repórter da Agência Brasil
A
Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (11) operação para conter a ação de uma
quadrilha internacional que teria desviado, ao longo de três anos, em torno de
R$ 3 bilhões em evasão de divisas e lavagem de dinheiro em vários países,
incluindo o Reino Unido, a Venezuela, os Estados Unidos, o Brasil e Japão.
Batizada
de Operação Porto Victoria, a ação da PF envolve pelo menos 130 agentes do
órgão no cumprimento de 11 mandados de prisão, dois mandados de condução
coercitiva e 30 mandados de busca e apreensão em seis cidades dos estados de
São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. A ação foi desencadeada no início da
manhã, na capital paulista, além dos municípios de Araras, Indaiatuba e Santa
Bárbara do Oeste, Curitiba (PR) e no município de Resende, no Rio.
Os
crimes foram descobertos a partir de investigação iniciada no ano passado,
quando a Agência Norte Americana de Imigração e Alfândega (ICE) solicitou que
fossem apurados fatos envolvendo um brasileiro na organização criminosa. A PF
identificou, entre outros esquemas, que a quadrilha tinha se especializado na
retirada ilegal de divisas da Venezuela por meio de importações fictícias.
Essas
importações eram feitas por empresas brasileiras criadas especialmente para a
movimentação financeira e, por meio delas, os produtos brasileiros eram
superfaturados em até 5.000%, informou a PF. Com isso, as pessoas envolvidas
justificavam a remessa dos valores da Venezuela para o Brasil. Na sequência,
simulavam empréstimos e importações para mandar os recursos para Hong Kong e de
lá o dinheiro era distribuído para contas em várias partes do mundo.
Ainda
por meio de falsas importações por empresas brasileiras, a quadrilha enviava
dólares ao exterior. A Polícia Federal explicou que, para isso, contavam com a
conivência de operadores do sistema financeiro e corretoras de valores. A PF
informou ainda que entre os crimes está o esquema conhecido como “dólar cabo”,
executado no Brasil e no exterior, à margem do sistema oficial de remessa de
divisas.
Os
acusados irão responder pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro,
gestão fraudulenta de instituição financeira e organização criminosa.
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