Adolescente foi linchado por moradores na noite desta quinta (27) em Parnamirim, RN (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi) |
Do G1 RN
Um adolescente de 17 anos suspeito de roubar uma moto morreu após ser
espancado e levar oito tiros na noite desta quinta-feira (27) no município de
Parnamirim, na Grande Natal.
O rapaz foi identificado como Ruan Ramon Martins. A Polícia Civil trata o caso
como linchamento.
De acordo com o delegado Reginaldo Soares, o crime aconteceu na Rua
Pedro Barbosa, localizada no bairro Bela Vista. "O rapaz estava sendo
acusado pela população de ter roubado uma moto na região. Com isso, a população
partiu para cima dele e iniciaram o linchamento", explicou ele. Ao lado do
corpo de Ruan ainda foram encontrados pedaços de pau usados pelos moradores
para espancar o adolescente.
A equipe do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep-RN)
identificou vários hematomas e marcas de tiros espalhadas pelo corpo do
adolescente. Um outro rapaz que estava com Ruan e também teria sido acusado
pelos moradores de um possível assalto conseguiu fugir.
O crime será investigado pela Delegacia de Polícia Civil de Parnamirim.
Linchamentos no RN
Em infográfico publicado no início de julho deste anos, o G1 fez um levantamento sobre casos em que cidadãos cometeram crimes ao tentar fazer justiça com as próprias mãos.
Em infográfico publicado no início de julho deste anos, o G1 fez um levantamento sobre casos em que cidadãos cometeram crimes ao tentar fazer justiça com as próprias mãos.
Com cinco casos, o Rio Grande do Norte aparece como o terceiro estado
com mais linchamentos noticiados neste ano, atrás apenas de São Paulo e Rio de
Janeiro.
Na ocasião, o promotor de Justiça de investigações criminais, Wendell
Beetoven Ribeiro Agra, disse que a situação é preocupante. Ele acredita que a
descrença na justiça criminal levou ao ponto atual.
"Como as pessoas desacreditam, elas passam a fazer justiça com as
próprias mãos, o que é uma forma totalmente ilegítima de aplicação de punição. O cidadão age quando o Estado falha",
opina. "Não acredito em soluções miraculosas com criação de divisões
especiais para investigar crimes. Falta só o feijão com arroz, as delegacias de
bairro investigarem", acrescenta o promotor
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