segunda-feira, 2 de março de 2015

POLÍCIA MONITOROU LÍDER DE SEITA DURANTE SEIS MESES

Fundador da seita River Road Fellowship, Victor Barnard é acusado de abusos sexuais nos EUA

Da Tribuna do Norte

O americano Victor Ardem Barnard, 53 anos, líder da seita religiosa “River Road Fellowship”, no estado de Minnesota, e preso na noite da última sexta-feira em Pipa estava sob monitoramento há seis meses. Durante esse tempo, de acordo com informações obtidas com agentes de segurança pública do Rio Grande do Norte, Victor Barnard só foi visto duas vezes em ambientes públicos.

Nas duas únicas vezes que apareceu publicamente durante esse tempo de monitoramento, ele e a mulher proprietária da casa onde vivia foram a um posto de combustíveis e, em outra ocasião, estiveram em um supermercado.

Acompanhado à distância, o norte-americano vivia em um condomínio de alto-padrão afastado cerca de um quilômetro do centro de Pipa. Victor Ardem Barnard passou a ser monitorado após pessoas da própria comunidade darem conta da presença de um estrangeiro e que esse, supostamente, seria foragido da Justiça. A equipe da Polícia Militar daquela comunidade pesquisou no site da Interpol e confirmaram a informação.

O estrangeiro vivia na residência de uma brasileira de 33 anos de idade — uma suposta corretora de imóveis, natural de de Cajazeiras (CE). De acordo com o monitoramento da polícia, era a proprietária quem sustentava o foragido desde 2012. O comportamento da mulher era muito estranho, segundo os policiais militares, e era sempre muito desconfiada. As compras no supermercado eram sempre em quantidade incompatível a quem vivia sozinha.

As compras eram sempre pagas em espécie, e sempre que estacionava o veículo de ré, de forma que o porta-malas ficasse voltado à área interna do imóvel. Um comportamento que, segundo a polícia, sugere o eventual transporte de Victor Ardem Barnard no porta-malas.

Com a prisão do norte-americano e detenção da mulher — a corretora já está em liberdade —, as polícias confirmaram que todas as despesas do foragido eram custeadas por ela. No momento da prisão, os policiais militares disseram que Victor Barnard tentou enganá-los, informando outro nome. De acordo com a polícia, a suposta corretora admitiu que já havia morado nos Estados Unidos, onde conhecia o criminoso e participava da seita.

"Ela questionou o porquê de ele estar sendo preso, pois não existia nada de seita e que ele só falava de Jesus; que a ajudou muito em determinado momento da vida dela. Ela era muito desconfiada, ao ponto de às vezes parar o veículo na estrada e aguardar para saber se estava sendo seguida”, disse o tenente da Polícia Militar, Daniel Costa, que atuou no monitoramento e prisão do foragido. A polícia apreendeu dois notebooks, alguns pen-drive e HD externo.

Victor Ardem Barnard, de acordo com a polícia, teria comentado que um dia iria viver em algum país da América Latina. A escolha de Pipa, uma comunidade do município de Tibau do Sul e um dos principais destinos turísticos do Estado, pode ter sido em função do conhecimento com a brasileira e por tratar-se de uma comunidade onde a presença de estrangeiros é comum em qualquer período do ano.

A prisão de Victor Ardem Barnard repercutiu na imprensa internacional. Os principais jornais dos Estados Unidos publicaram reportagens sobre a localização e prisão do norte-americano do Brasil.

Victor Ardem Barnard é líder da seita religiosa “River Road Fellowship”, no estado de Minnesota. Ele é acusado de pelo menos 59 crimes sexuais nos Estados Unidos. 

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