O diretor do Hospital Regional
Tarcísio Maia (HRTM) Jarbas Mariano explicou, em entrevista coletiva nesta
quinta-feira (13), que a idosa Maria Íris Soares, de 74 anos, chegou a unidade
hospitalar já sem vida, e não veio a óbito no chão da enfermaria como foi
divulgado pelas redes sociais nesta quarta-feira (12).
Jarbas
Mariano contou que a idosa chegou ao hospital numa rede, tendo sido levada por
uma vizinha. Esta vizinha, conforme o diretor, percebeu que Maria Irís há muito
tempo não abria a porta de casa e foi lá averiguar e ao arrombar a porta
percebeu que ela estava desmaiada.
O
diretor completa que, a vizinha fez o pedido de socorro ao SAMU e antes da
ambulância chegar, com ajuda de vizinhos, colocou a Maria Íris em uma rede,
levou para o carro e a socorreu para o HRTM. Na Unidade de Pronto Atendimento,
a paciente chegou sem respiração e foi colocada numa cadeira de rodas, por não
existir maca desocupada.
Já
em óbito, a senhora foi levada para a sala de vacinas, onde não existe maca. A
aposentada precisava de um trabalho (manobra) de reanimação urgente e este não
podia ser feito na cadeira. Como não haviam macas disponíveis, o médico
colocou-a no chão e fez os procedimentos de reanimação.
"Essas
manobras deveriam ter sido realizadas pela equipe do Samu ainda na casa dela,
como ela veio com essa vizinha, numa rede, o médico aqui foi que teve que
fazer, um ato que qualquer médico iria ter que fazer numa tentativa de reanimar
a paciente", explica Jarbas Mariano.
O
diretor Jarbas Mariano explicou que a situação enfrentada nos últimos dias no
HRTM é atípica. "É a consequencia de mais de 70 dias de greve dos
servidores da saúde. Esta superlotação é uma das consequências", destaca o
diretor, lembrando que há poucos dias comprou 14 macas.
Mesmo
assim, foi insuficiente para atender a demanda de atendimentos que apareceram de
domingo para quarta-feira. Outra questão comentada pelo diretor geral do HRTM,
foi sobre o abastecimento da farmácia. Segundo ele, esteve realmente faltando,
mas hoje o cenário não é igual. Faltam apenas medicamentos pontuais.
Sobre
a estrutura física do prédio, para ampliar número de leitos clínicos e UTI
adulto, assim como UTI Pediátrica, Jarbas Mariano destacou que a obra já foi
vistoriada por técnicos do Tribunal de Contas do Estado e também da
Infra-estrutura, a quem tem por obrigação corrigir erros do projeto e tocar a
obra.
Todo
o processo de reestruturação do Hospital Regional Tarcísio Maia, assim como a
reestruturação do Hospital Maternidade Almeida Castro, está sendo acompanhado
de perto pela Comissão de Direitos Humanos. O presidente Diego Tobias disse que
são visíveis as melhores nas duas unidades.
Revoltante
O
advogado Diego Tobias, da Comissão de Direitos Humanos, procurou o diretor
geral do HRTM para cobrar explicações sobre a fotografia divulgada nas redes
sociais de uma senhora estendida no chão, possivelmente morta. "Ele
informou que a foto foi feita e divulgada pelos grevistas", destaca. É
inaceitável e é preciso responsabilizar quem fez tamanha agressão a família
desta senhora. Já no início da tarde, a família de Maria Iris falou que iria
processar os veículos de comunicação que divulgarem a cena.
Fonte:
Mossoró Hoje
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