Bruno
Bocchini - Repórter da Agência Brasil
O
ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (24) que a
esquerda brasileira está sendo perseguida como os judeus foram perseguidos
pelos nazistas e os cristãos pelos romanos, e criticou setores do país que,
segundo ele, não aceitaram a vitória nas urnas da presidenta da República,
Dilma Rousseff.
“Quero
dizer para vocês que estou cansado de mentiras e safadezas, estou cansado de
agressões à primeira mulher que hoje governa esse país. Estou cansado com o
tipo de perseguição e criminalização que tentam fazer à esquerda desse país.
Parece os nazistas criminalizando o povo judeu e romanos criminalizando os
cristãos”, disse, em discurso na posse da diretoria do Sindicato dos Bancários
do ABC, em Santo André.
“Nunca
tinha visto na vida pessoas que se diziam democráticas e não aceitaram uma
eleição que elegeu uma mulher presidente da República”, acrescentou.
O
ex-presidente lembrou de realizações de seus governos, como o ingresso de
milhares de estudantes no ensino superior e a ascensão econômica de milhões de
pessoas.
“Eles
não suportam que um metalúrgico quase analfabeto tenha colocado mais gente na
faculdade do que eles, não suportam que a gente não deixou privatizar o Banco
do Brasil e comprou a Nossa Caixa e o Banco Votorantim”, disse Lula.
“Eu,
sinceramente ando de saco cheio. Profundamente irritado. Pobre ir de avião
começa a incomodar; fazer faculdade começa incomodar; tudo que é conquista
social incomoda uma elite perversa”, acrescentou o ex-presidente.
Lula
disse ainda estar otimista com o futuro do país e compreender a apreensão de
parte da população com o desemprego e com a inflação, mas ressaltou que o cenário
já esteve pior.
“A
inflação está 9%, com perspectiva de cair. Quando eu peguei esse país, a
inflação estava a 12%, o desemprego a 12 %”, declarou ele.
“Não
é porque a criança está com febre que vamos enterrá-la”, concluiu Lula.
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