Sem o teste, a pessoa que tem o vírus só vai sentir sintomas quando a doença estiver em estágio muito avançado |
Aline Leal -
Repórter da Agência Brasil
Em
atenção ao Dia Mundial da Luta contra as Hepatites Virais, lembrado hoje (28),
o Ministério da Saúde está convocando a população para fazer o teste da
hepatite C e se vacinar contra as hepatites A e B.
O
teste pode ser feito nos postos da rede pública de saúde. A recomendação é
feita especialmente para pessoas com mais de 40 anos. O Ministério da Saúde
considera primordialmente esta faixa etária porque nas décadas de 80 e 90 havia
mais uso de drogas injetáveis, transfusões de sangue e hemodiálise com menor
controle e sexo desprotegido.
Considerado pelo Ministério da Saúde um grave problema de saúde
pública, a hepatite é uma inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus, uso
de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes,
metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam os
sintomas predominantes, como cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo,
vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Contra
as hepatites A e B existe imunização, a primeira para crianças entre 1 e 2 anos
de idade e a segunda, em três doses, para quem tem até 49 anos. As duas vacinas
podem ser tomadas durante todo o ano nos postos de vacinação do Sistema Único
de Saúde.
“São
vacinas que já estão mudando a história dessas enfermidades. As próximas
gerações muito provavelmente serão livres da hepatite A e da hepatite B. Mas
para a hepatite C precisamos convocar todos aqueles com mais de 40 anos, que
tiveram procedimentos cirúrgico, que receberam sangue, que fizeram qualquer
tipo de procedimento antes de 1993 para que procurem o posto mais próximo para
fazer a testagem da hepatite C", orienta o ministério.
Sem
o teste, a pessoa que tem o vírus só vai sentir sintomas quando a doença
estiver em estágio muito avançado. A transmissão da hepatite C, causado pelo
vírus HCV, se dá pelo sangue contaminado, por relação sexual, de mãe para filho
e em ambiente hospitalar. O Ministério da Saúde lançou ontem um novo protocolo
para o tratamento da doença com 90% de cura.
A
estimativa é que 1,4 milhão de pessoas tenham a doença no Brasil, mas apenas
120 mil são confirmados e 100 mil estão em tratamento, pois nem todos têm esta
recomendação. Todos os anos surgem aproximadamente 10 mil novos casos e 3 mil
mortes associadas à hepatite C no país.
A
hepatite A é causada pelo vírus VHA e desde 2005 apresentou uma queda de 69% no
número de casos. A doença se concentra em crianças entre 5 e 6 anos e a maioria
dos casos é benigna. O vírus é transmitido basicamente por ingestão de alimento
ou água contaminada. Em 2014, foram registrados 6.363 casos, mas a doença não
tem notificação obrigatória, então provavelmente esse número é subnotificado.
Em
geral, o quadro de hepatite A se resolve espontaneamente em um ou dois meses.
Em alguns casos, porém, pode demorar seis meses para o vírus ser eliminado
totalmente do organismo.
A hepatite B é causada pelo vírus HBV e é transmitida por sexo
desprotegido, sangue contaminado e de mãe para filho, além disso ele pode ser
contraído em ambiente hospitalar contaminado. São aproximadamente 17 mil novos
casos por ano. O tratamento é todo oferecido na rede pública.
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