Camila
Boehm – Repórter da Agência Brasil
Música
ao vivo e brincadeiras para todas as idades movimentam o Largo da Batata, na
capital paulista, neste domingo (5). Juntos pelo Brincar é um evento em
comemoração aos 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que
reúne famílias e amigos em atividades com bicicleta, brincadeiras de rua, rodas
de leitura, cabanas, jogos de tabuleiro, palhaços e pintura, além de opções
para a alimentação.
Caroline
Araújo, 33 anos, que tem o hábito de frequentar lugares públicos para se
divertir com a família, levou o filho e parentes para aproveitar todo o lazer
disponível no espaço. “Valorizo bastante essa questão do livre brincar,
principalmente no espaço público, que promove uma pluralidade e uma diversidade
bastante interessante”.
O
filho de Vanessa Zambeli, 33 anos, também aproveitou as brincadeiras no Largo
da Batata, ao som ao vivo da Banda Alana. “Temos que celebrar que existe uma
preocupação em relação à infância”, ressaltou. Para ela, cultura e lazer são
importantes para que as crianças possam “abrir a cabeça para o crescimento
livre, longe do trabalho e do preconceito, para que possam desenvolver o intelecto e se tornar
adultos melhores”.
“O
Estatuto da Criança e do Adolescente, aprovado em 1990, foi fundamental para
modificar a visão de que criança não é objeto, ela é sujeito de direitos. Todos
nós, família, sociedade e Estado, temos o dever de cuidar e proteger as
crianças e adolescentes com absoluta prioridade”, afirmou Pedro Hartung,
advogado do Instituto Alana, uma das entidades organizadoras do evento.
Segundo
ele, essa mobilização é importante no momento em que a redução da maioridade
penal foi aprovada na Câmara: “É um verdadeiro retrocesso dos direitos que
foram assegurados em 1990”. Por ainda estar em desenvolvimento, o adolescente é
mais vulnerável e precisa de cuidado específico para que possa ser reintegrado
à sociedade, na visão do instituto.
O
advogado destaca que “o índice de reincidência da Fundação Casa, que é a
instituição que cuida de adolescentes em conflito com a lei, é 30%, sendo que
do sistema prisional é 70%”. Ele defende que é mais eficiente cuidar de forma
especial do adolescente. “Isso foi o ECA que propôs, um cuidado especial ao
adolescente em conflito com a lei”, acrescentou.
Os
direitos instituídos no ECA têm ainda o objetivo de evitar a violência. “A
violência é um problema estrutural e social e, para combatê-la verdadeiramente,
temos que trabalhar a educação, o lazer e a cultura”, concluiu Hartung.
Até
as 16h, o público poderá participar de forma gratuita das atividades no Largo
da Batata, zona oeste da capital paulista.
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