Açude Itans só tem água para abastecer Caicó por mais três meses – (Foto: Sidney Silva) |
Com
o tema: “ANA restringe uso de reservatórios só ao consumo humano no RN”,
na quinta-feira (09), o Jornal Nacional (Rede Globo) destacou uma matéria
sobre a crise hídrica que enfrenta a cidade de Caicó e que afeta diversos
setores da cidade, inclusive provocando demissões em algumas empresas.
A
repórter da Inter TV Cabugi, Michelle Rincon entrevistou a empresária Alane
(Queijeira Dona Gertrudes), o Secretário Estadual de Recursos Hídricos, Mairton
França, o técnico da CAERN, Bruno Medeiros e o Meteorologista Gilmar Bristot.
Confira
o conteúdo da reportagem na íntegra.
No
Nordeste do Brasil, a Agência Nacional de Águas decidiu limitar o uso dos
reservatórios do Rio Grande do Norte só ao consumo humano. O nível dos açudes
está muito baixo. Os 327 reservatórios dos nove estados do Nordeste e de
Minas monitorados pelo Departamento Nacional de Obras contra a Seca estão em
média com 23% da capacidade de armazenamento. O Rio Grande do Norte é o quarto
com o menor nível.
A
maior barragem do estado, está hoje com pouco mais de 28% da capacidade. É a
pior situação desde a inauguração em 1983. Quinhentas mil pessoas dependem
desse reservatório.
Em
Caicó, a barragem (açude Itans) está com menos de 10% da capacidade. Mato seco
em vez de água. O nível do reservatório chegou ao volume morto e o
abastecimento das cidades ao redor está comprometido.
“Em
função dessa seca que assola a nossa região, os bairros estão em sistema de
rodízio. Os bairros da cidade de Caicó, 48 horas com água e 48 horas sem água”,
diz Bruno Medeiros, engenheiro da CAERN.
Falta
água para as pessoas e para os animais. Numa fábrica de queijos, a crise já
gerou um corte de 30% na produção. Em um ano, a empresa, que tinha 15
funcionários, teve que demitir três. “Agora, pro final do ano, a gente espera
ainda que a situação seja agravada”, aponta Alane Kaline Araújo, gerente da
queijaria.
E
é a mesma expectativa da meteorologia, que nunca registrou seca desse porte.
“No período de 79 a 83, a média anual de chuva ficou em torno de 580
milímetros. E, agora, nesse último período seco, inclusive nós estamos vivendo,
ele está em torno de 380, 400 milímetros”, explica Gilmar Bristot,
meteorologista.
E,
se água não vem do céu, a alternativa é buscá-la no subsolo. “De fevereiro para
cá, nós já perfuramos mais de 150 poços. A meta é que a gente perfure, pelo
menos até setembro, no mínimo mais 46 poços instalados”, diz o secretário de
Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte, Mairton França.
*Edição: Paulo Júnior (Jornal Correio do Seridó)
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