Presidente do Supremo, Joaquim Barbosa Givaldo Barbosa / O Globo |
Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
Do UOL, em Brasília
O
presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, 59,
anunciou nesta quinta-feira (29) que vai se aposentar no próximo mês, segundo o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Barbosa se reuniu com Renan no
Senado para fazer o comunicado e se despedir.
"Motivo [da reunião foi] surpreendente e triste: o ministro
veio se despedir. Ele estará deixando o Supremo Tribunal Federal. Falou que vai
se aposentar agora, no próximo mês", disse Renan. Antes de conversar com o
senador, Barbosa esteve com a presidente Dilma Rousseff.
A assessoria de imprensa do STF afirmou não ter sido informada da
decisão de Barbosa. O mandato do magistrado na presidência do Supremo se
encerraria em novembro próximo.
Com sua aposentadoria, quem assume a presidência do tribunal é o
ministro Ricardo Lewandowski, atual vice-presidente do STF. A tradição da Corte
estabelece uma rotatividade na presidência baseada na ordem de entrada de cada
ministro. Com a ascensão de Lewandowski, a ministra Cármen Lúcia passa a ser a
vice.
À frente da presidência da Suprema Corte desde novembro de 2012,
Barbosa, primeiro negro a ocupar o cargo de ministro do STF, chegou ao tribunal
em 2003, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A posse dele como presidente coincidiu com o momento em que o
ministro está em evidência na mídia por conta do julgamento do mensalão, do
qual é relator.
O julgamento, que resultou na condenação de figurões petistas,
elevou Barbosa à categoria de celebridade nacional a ponto de haver uma campanha
nas redes sociais para que saísse candidato à Presidência da República em 2014.
Adorado pela opinião pública como exemplo ético e de alguém que
subiu na vida, Barbosa, mineiro de Paracatu, filho de um pedreiro e de uma dona
de casa, foi o 55º presidente do Supremo.
Biografia
Barbosa estudou direito na UnB (Universidade de Brasília) e possui
mestrado e doutorado pela Universidade de Paris. É professor licenciado da Uerj
(Universidade do Estado do Rio de Janeiro). É fluente em francês, alemão,
inglês e italiano.
Antes do STF, integrou o Ministério Público Federal por 19 anos
(1984-2003). Ocupou ainda diversos cargos no serviço público: foi chefe da
Consultoria Jurídica do Ministério da Saúde (1985-88), advogado do Serpro
(Serviço Federal de Processamento de Dados) (1979-84), oficial de chancelaria
do Ministério das Relações Exteriores (1976-1979), tendo servido na Embaixada
do Brasil em Helsinque, Finlândia.
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